Represa do Funil no município de Areias, em São Paulo: situação crítica nós reservatórios levou ao acionamento de termelétricas e ao aumento na conta de luz.
BRASÍLIA — O valor cobrado da bandeira vermelha 2, o patamar mais alto desse sistema, deve subir mais de 60%, de acordo com fontes que conhecem o assunto de perto. Como o EXTRA antecipou, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aumentar os valores das bandeiras tarifárias, uma taxa extra que é acionada quando o custo da geração de energia sobe, o que está acontecendo neste ano por causa da crise nos reservatórios das hidrelétricas.
Os custos estão sendo calculados, e os novos valores devem ser anunciados ainda neste mês, para valer a partir de julho. Hoje, é cobrado R$ 1,34 a cada cem quilowatts-hora (kWh) consumidos na bandeira amarela; R$ 4,16 na bandeira vermelha 1; e R$ 6,24 na vermelha 2. Na bandeira verde, não há cobrança adicional.
Pelos cálculos conduzidos pela Aneel, o novo valor da bandeira vermelha 2 deve ser de cerca de R$ 10. Analistas do setor estimam ser necessário algo próximo a R$ 12 na bandeira vermelha 2 para que ela consiga dar conta de cobrir os custos extras decorrentes da geração de energia por termelétricas.
Custo de geração de energia
A bandeira tarifária é um adicional cobrado nas contas de luz para cobrir o custo da geração de energia por termelétricas, o que ocorre quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas está muito baixo, como está ocorrendo neste ano por conta da crise hídrica.
O mecanismo também serve para o consumidor ficar ciente do custo da geração de energia, ao dividir o sistema em três cores: verde, amarela e vermelha (que tem dois patamares). Mesmo durante o período úmido, o governo deve manter as térmicas ligadas, o que não é o padrão.
Os dados da Aneel vão até abril, quando era aplicada a bandeira amarela. Depois disso, a geração por termelétricas aumentou e atingiu recordes. Também foi acionada a bandeira vermelha.
A Aneel defende as bandeiras porque, sem elaa, todo o custo extra seria repassado aos consumidores apenas no ano seguinte, com valores corrigidos. Ou seja, o consumidor acabaria pagando juros, o que não ocorre com o acionamento das bandeiras tarifárias.