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Caso Lázaro: veja crimes, fuga e buscas pelo serial killer durante os 20 dias de perseguição policial

Invasões de fazendas, reféns, esconderijos em grotas, carro abandonado queimado, troca de tiros com policiais. Ao longo de 20 dias, Lázaro Barbosa de Souza, de 32 anos, cometeu uma série de crimes enquanto fugia de uma força-tarefa formada por mais de 200 policiais. Suspeito de ser um serial killer, com assassinatos cometidos na Bahia, Distrito Federal e Goiás, ele morreu após ser capturado na manhã desta segunda-feira em Goiás.

A fuga de Lázaro começou em 9 de junho. Nesta data, o criminoso invadiu a chácara de Cláudio Vidal, na região do Incra 9, em Ceilândia (DF). No local, ele matou Cláudio e seus filhos em uma ação que durou cerca de 10 minutos.

No momento da fuga, Lázaro fez Cleonice Marques, de 43 anos, mulher de Cláudio, refém e a sequestrou. Logo após a entrada do bandido na casa, ela teria feito uma ligação para seu irmão pedindo por socorro. Sua família chega momentos depois, mas encontra apenas os corpos de Cláudio e seus filhos. O corpo de Cleonice foi encontrado três dias depois em um córrego próximo ao Sol Nascente, no Distrito Federal.

Ainda em 9 de junho, já em fuga, Lázaro roubou uma chácara em Ceilândia. Ele é apontado como o criminoso que rendeu o caseiro, o dono da propriedade e a filha dele.

Na manhã do dia seguinte, 10 de junho, Lázaro Barbosa invadiu outra residência a apenas três quilômetros de distância da chácara da família de Cláudio e Cleonice. Ele teria mantido a dona da casa, Sílvia Campos, de 40 anos, e o caseiro, Anderson, de 18, sob a mira de sua arma durante três horas e os obrigado a fumar maconha. O fugitivo também teria roubado cerca de R$ 200 e celulares antes de deixar o local.

Roubo e refém

Em 11 de junho, Lázaro teria roubado um carro e feito mais um refém. Com o veículo, ele teria ido para Cocalzinho de Goiás, onde abandonou e queimou o veículo. No dia seguinte, enquanto os policiais encontravam o corpo de Cleonice, Lázaro invadia uma residência nos arredores de Lagoa do Samuel, na zona rural de Cocalzinho. No local, ele teria feito o caseiro de refém.

Ainda em 12 de junho, o serial killer invadiu mais uma propriedade e atirou contra três homens. Nessa casa, ele teria roubado armas de fogo. De acordo com o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, a munição e armamentos de Lázaro foram roubados de um militar da Aeronáutica nesta residência.

Os policiais estiveram perto da apreensão de Lázaro no domingo, dia 13. Nesta data, o criminoso roubou um carro e o abandonou ao ter avistado um bloqueio das forças de segurança. De acordo com os investigadores, Lázaro fugiu para o mato e no carro foi encontrado um carregador de munição. Houve troca de tiros.

Tiroteio

Outro tiroteio ocorreu no dia seguinte, 14 de junho. Dessa vez, foi contra um fazendeiro da região do distrito de Edilândia, na zona rural de Cocalzinho. No dia seguinte, uma família foi feita refém e levada para a beira de um rio. Eles foram salvos pela polícia após terem sido acionados pelo celular de uma das vítimas. Na troca de tiros, um policial levou dois tiros de raspão no rosto.

Na quarta-feira (16), Lázaro foi visto por um morador da região. Na ocasião, Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública de Goiás, afirmou que o serial killer estava cansado, com fome e acuado. Na quinta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ofereceu 20 agentes da Força Nacional para ajudar nas buscas pelo assassino.

Histórico criminoso

A ficha criminal de Lázaro remete a 2007, quando ele tinha 19 anos e matou duas pessoas em Barra dos Mendes, na Bahia. Os crimes foram cometidos contra pai e filho. Lázaro chegou a ficar dez dias preso, na ocasião, mas fugiu da cadeia.

Em 2009, ele foi preso novamente. Dessa vez, Lázaro era suspeito de ter cometido os crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo. Ele ficou detido no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), em Brasília. No presídio, um laudo psicológico o descreveu como “psicopata imprevisível”, com comportamento agressivo, impulsivo, instabilidade emocional e falta de controle e equilíbrio.

Em 2016, quando estava no regime semiaberto, Lázaro não retornou para o presídio. Dois anos depois, ele voltou a ser preso, em Águas Lindas de Goiás, pelos crimes de homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo, roubo e estupro. Ele fugiu meses depois e desde então era considerado foragido da Justiça.

Mesmo assim, Lázaro continuou a praticar crimes. Em abril do ano passado, ele teria invadido uma propriedade em Santo Antônio do Descoberto, no entorno do Distrito Federal, e roubado o proprietário após agredí-lo com um machado.

Ele também é o principal suspeito de ter invadido uma casa em Sol Nascente, no Distrito Federal, rendido pai e filho e estuprado uma mulher. No mês passado, Lázaro teria feito uma família refém, obrigado as pessoas a ficarem nuas e obrigado as mulheres a fazer comida para ele.