Jornal Povo

POEMAS: “Dr. Luiz Alberto Barbosa…Pai”

Dr. Luiz Alberto Barbosa Juiz e Escritor

HOMENAGEM A TODOS OS PAIS.

Pai, porque preciso de ti, quero te abraçar até formar um laço, pois você me tira do embaraço que, às vezes, por pura teimosia, eu me envolvo. Eu preciso de ti, das suas palavras suaves e confortantes, do seu colo, do seu ombro, da sua sabedoria, da sua força e da sua armadura que me protege de tudo que possa me ameaçar, me atacar e me ferir. Ainda lembro das noites escuras, com medo dos fantasmas imaginários e dos passos invisíveis, quando corria em sua direção, pois ali sabia que teria proteção. Eu preciso de ti, enquanto eu existir, pois sou frágil e, se mal manuseado, eu me fragmento em pequenos pedaços que será difícil de remendar. Eu preciso de ti, pois nesse quebra-cabeça chamado vida, es a peça principal para remonta-lo. Eu preciso de ti, pois não sei quanto tempo nossas mãos permanecerão unidas nesse plano material. Somos muito mais que dois grandes amigos. Somos um só em pensamentos, sentimentos e atitudes. Muitas vezes, perdido em um imenso labirinto de dúvidas e incertezas, você me guiou até a saída; foste a luz que me tirou da escuridão e me colocou em terra firme quando eu me encontrava no fundo do poço e sem um norte a me guiar; foste sol em tarde de verão, foste a lua imensidão, aparou os ventos de um furacão que quase me levou ao chão, a calmaria após a tempestade, quem refez o meu dolo após uma erosão, quem me tirou de uma grande confusão; foste o sossego em momento de agitação, onde ancorei meu coração, quem me tirou dos meus conflitos pessoais e daqueles dias que sequer queria sair da cama. Nas minhas perdas me fez acreditar que eu era capaz e, os meus ganhos, também foram os seus. Me ensinou a distinguir entre precisar e querer, e deixar ir o meu querer, pois era um excesso que poderia me envenenar; que me mostrou a não anexar felicidade a coisas matérias. Se um dia não concordei com suas opiniões, foi porque, inconsequente, me sentia, erroneamente, o dono da razão. Eu preciso de ti, pois cresci e não houve outro jeito, e descobri como é bom recostar no seu peito e sentir sua respiração. Descobri que sem o seu carinho, fica um grande vazio e que o tudo não é nada sem você ao lado nessa jornada. Sei que hoje suas mãos já estão mais calejadas, as rugas que teimam em aparecer a cada dia, o andar mais cadenciado, o olhar um pouco embaralhado, mas as emoções, essas que somente a raça humana possue a senha, estão vivas. As preocupações não acabam, a torcida pelas conquistas permanecem e o tempo, esse senhor indomável, que tudo leva e nada devolve, anuncia que segue passando, infelizmente. Pai, você foi foi e é o meu herói, a admiração que nunca corrói, a afinidade que não se destrói, e, ontem, foste a minha estrela guia, hoje a minha harmonia e, amanhã, os meus sonhos realizados. Por isso e, por tantas outras coisas, pai, eu preciso de ti.

Texto: Dr. Luiz Alberto Barbosa.
Juiz de direito e escritor