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Caso Flordelis: relembre a trama envolvendo assassinato, briga por dinheiro e relatos de abuso sexual que levou à cassação da deputada

A trama que levou à cassação do mandato da agora ex-deputada federal Flordelis, votada no plenário da Câmara nesta quarta-feira, é repleta de intrigas e reviravoltas. O enredo começa na madrugada de 16 de junho de 2019, quando o pastor Anderson do Carmo de Souza foi executado na garagem de casa, em Pendotiba, na Região Oceânica de Niterói. Inicialmente, Flordelis, viúva do religioso, chegou a alegar uma suposta tentativa de assalto, hipótese que aos poucos foi afastada pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, responsável pelas investigações. O que veio à tona foi uma teia familiar complexa, envolvendo brigas por dinheiro, traições, acusações de abuso sexual e tentativas de envenenamento.

Dois processos relativos ao caso correm em paralelo. Ao todo, sete filhos do casal – três afetivos, um adotivo e três biológicos – estão presos pelo crime, bem como uma neta de Flordelis. Além deles e da própria deputada, apontada como mandante do assassinato e única acusada que não está atrás das grades devido à imunidade parlamentar, também são réus um ex-policial ligado à família e sua esposa. Todos já foram pronunciados pela Justiça e irão a júri popular.

Desde outubro do ano passado, Flordelis precisa, por força de uma decisão judicial, utilizar tornozeleira eletrônica. Em março deste ano, o equipamento chegou a sofrer oito violações em um único mês. Em outra ocasião, ele descarregou e passou 17 horas seguidas sem bateria, o que acaba suspendendo o monitoramento obrigatório.

Beneficiada pela imunidade parlamentar, Flordelis pode ter a sua situação complicada em breve. No último dia 8, o Conselho de Ética da Câmara de Deputados aprovou, por 16 votos a 1, o parecer favorável à cassação do mandato da pastora. O caso seguirá para o plenário da Casa, onde precisa obter a maioria simples dos votos, isto é, pelo menos 257, para sacramentar a perda do cargo. Os parlamentares devem analisar ainda este mês a cassação do mandato. A deputada federal é acusada de usar o cargo para influenciar as investigações sobre o assassinato do marido.

Relembre tudo o que se sabe sobre o caso

  • Pastor controlava a família com pulso firme

De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, por trás do enredo montado por Flordelis, que também é pastora evangélica, havia uma trama de traições, sexo, rituais de magia negra e até “rachadinhas” — desvios de salários de funcionários de parlamentares.

Flordelis e Anderson tinham 55 filhos, a maioria afetivos. O próprio pastor havia sido acolhido em sua casa pela deputada, ainda adolescente, e chegou a ser tratado como genro, quando namorou uma de suas filhas. Segundo investigadores, ele controlava a família com mão de ferro, tomando conta de tudo, da partilha dos alimentos às finanças, e ainda administrava a igreja fundada pelo casal, que, até 2019, tinha oito templos.

  • Família tentou esconder evidências

A família tentou esconder evidências dos crimes, segundo a polícia, e fez uma fogueira no quintal da casa para destruir provas. Mas, pouco a pouco, os indícios apareceram ao longo da investigação. O revólver usado na execução estava em cima do armário de Flávio dos Santos Rodrigues, filho que admitiu ser o autor dos disparos, mas depois voltou atrás. Outras confissões e contradições em depoimentos também resultaram em provas, assim como mensagens de celulares que revelaram planos criminosos.

Numa das mensagens descobertas por policiais e promotores, Flordelis escreveu a um dos filhos: “André, pelo amor de Deus, vamos por um fim nisso. Me ajuda. Cara, tô te pedindo, te implorando. Até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio?”. Numa outra, Marzy, uma das filhas, incitou o irmão Lucas a matar o pastor por R$ 10 mil.

  • Carta pronta para ser copiada

Lucas Cézar dos Santos, um dos filhos do casal preso por envolvimento no caso, revelou que a carta entregue por ele em que confessava sua participação no assassinato do pastor e pai Anderson do Carmo era, na verdade, uma cópia de um texto enviado por Flordelis. Ele contou que recebeu o texto através da mulher de um preso no Presídio Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio.

A carta teria sido entregue na semana anterior à reconstituição do crime, feita em 21 de setembro de 2019, com a promessa de que Lucas seria ajudado pelo irmão Flavio ao ser solto. Por suspeitas de que ele estivesse sendo coagido a mudar seu depoimento, Flordelis não pode visitá-lo desde novembro de 2019.

  • Filho volta atrás em confissão

Apontado como responsável pelos disparos que mataram Anderson, Flávio dos Santos Rodrigues chegou a confessar na delegacia ser autor dos tiros, mas voltou atrás ao ser ouvido no processo pelo qual responde, na 3ª Vara Criminal de Niterói. Preso, o rapaz afirmou, no novo relato, que é “vítima disso tudo”.

— Eu não matei o Anderson. Não comprei a arma. Não participei de crime nenhum. Estou sendo uma vítima disso tudo. Estava no local errado, na hora errada — disse Flávio ao ser questionado pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce sobre as acusações contra ele.

  • Filha dá versões contraditórias

Em audiência do Conselho de Ética da Câmara de Deputados, Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, disse que deu R$ 5 mil à irmã Marzy Teixeira para que o pastor Anderson do Carmo fosse assassinado, mesma versão que havia dado à Justiça no processo no qual responde pela morte do pai. No depoimento, Simone alegou que a deputada não teve envolvimento na ordem da execução. Ela sustentou que encomendou a morte por suposto assédio e “investidas” de Anderson.

No entanto, ao falar ao conselho, a filha da parlamentar entrou em contradição em relação a outros pontos de seu depoimento anterior e acrescentou informações que não havia revelado na Justiça. Uma das contradições entre os dois depoimentos foi a justificativa sobre o que motivou Simone a planejar a morte do seu padrasto, o pastor Anderson. No interrogatório na Justiça, ela relatou “investidas sexuais” de Anderson, sem detalhar qualquer episódio de abusos sofridos por ela. Já no depoimento nesta segunda, na Câmara, narrou situações de violência sexual e chegou a apontar que uma menor de idade também pode ter sido vítima do padrasto.

  • Filha implica Flordelis

Já a própria Marzy Teixeira afirmou à polícia que pediu a um de seus irmãos, Lucas Cézar dos Santos, para matar o pai, Anderson do Carmo. Ela não citou, na ocasião, o envolvimento de Simone, mas garantiu que a mãe, Flordelis, sabia de todo o plano.

Marzy disse que, em conversa através de um aplicativo de celular, ofereceu R$ 10 mil para Lucas matar o pastor. Ela afirmou que pretendia furtar essa quantia da própria vítima. Marzy alegou que Lucas aceitou a proposta e prometeu assassinar Anderson dentro da casa da família, no bairro de Pendotiba, em Niterói.

  • Flordelis foi ‘mentora’ de assassinato, diz filho

Um dos filhos afetivos da deputada federal Flordelis, Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael, disse à polícia que a mãe foi a “mentora intelectual” do assassinato do padrastro, o pastor Anderson do Carmo. Ao falar sobre o crime na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, Misael disse que Flordelis manipulou os filhos para encontrar “alguém com coragem para matar Anderson”. Logo após o crime, ele se afastou da igreja da família.

Além dele, outros quatro filhos de Flordelis prestaram depoimentos que comprometem a parlamentar. Daniel dos Santos de Souza, Luan Santos, Kelly Cristina dos Santos e Roberta Santos falaram sobre a possível participação da deputada no assassinato.

  • Desavenças financeiras

Wagner Andrade Pimenta, o Misael, também contou à polícia que as desavenças do casal eram por motivos financeiros. Ele afirmou que Flordelis lhe contou que Anderson estava “dando a volta nela com relação ao dinheiro”. O depoimento trouxe outros detalhes sobre a deterioração da relação entre os dois.

Misael disse que, em outubro do ano passado, Anderson ficou internado cinco dias e perdeu quase 20 quilos. Ele contou que, à época, não sabia o motivo, mas descobriu que, a mando de Flordelis estavam dopando o pai. Ao menos outros três filhos disseram que o pastor vinha sendo medicado sem saber.

  • Tentativas de envenenamento

Por pelo menos seis vezes, de acordo com a polícia, os filhos e Flordelis tentaram envenenar Anderson com arsênico. Investigadores comprovaram que duas filhas fizeram pesquisas na internet sobre venenos que teriam sido colocadas em sucos e pratos servidos a Anderson – misturados a porções de feijão, a molho de macarrão e a sobremesas. Anderson foi internado cinco vezes com problemas digestivos.

Numa mensagem de celular, uma das autoras da tentativa de homicídio lamentou: “Ele é ruim de morrer”. A família ainda tentou forjar dois latrocínios (roubo seguido de execução). O último resultou na morte de Anderson. Em uma mensagem também ao filho André, Flordelis se justificou sobre o plano de execução. “Fazer o quê? Separar não posso, porque ia escandalizar o nome de Deus”, escreveu a pastora e cantora gospel.

  • Pastor descobriu que planejavam sua morte

O próprio pastor descobriu que estavam planejando sua morte, segundo consta no depoimento de Marzy Teixeira da Silva, e chamou um por um na família, inclusive ela própria. Nessa ocasião, Anderson disse que colocaria grampos em todos os telefones da casa. Por isso, Marzy decidiu comprar um chip para falar com a mãe. Ainda de acordo com o depoimento, Flordelis também usava um outro chip que tinha para falar com a filha. Marzy também alegou à polícia que Flordelis pediu à filha para apagar todas as conversas no WhatsApp nas quais foram feitos comentários sobre a morte do pastor.

Em seu depoimento, Marzy afirma ter planejado a morte de Anderson, pois estava com raiva do pai afetivo. Ela admite ter furtado R$ 5 mil na casa, de um dos irmãos, e afirma ter sofrido retaliações de Anderson. Além disso, alega ter ficado sabendo pela própria Flordelis que o pastor havia tentado abusar sexualmente de uma das netas.

  • Flordelis teria jogado telefone de pastor na Ponte

Depoimentos de filhos de Flordelis dos Santos Souza à Delegacia de Homicídios contradisseram a versão da pastora, também dada à polícia, de que ela não viu mais o celular do pastor Anderson do Carmo após o crime e não sabia do paradeiro do aparelho. Até hoje, o telefone da vítima não foi localizado. Flordelis se comprometeu com a polícia a entregar o aparelho, o que nunca ocorreu. O celular de Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis e réu pela morte do pastor, também nunca apareceu.

Porém, ao ser ouvido pela polícia, Misael, um dos filhos adotivos de Flordelis, relatou aos investigadores que esteve com a deputada três dias antes de depor, na casa da família, em Pendotiba, Niterói, onde Anderson foi morto. Segundo Misael, durante uma reunião no quarto da mãe, ela escreveu em um caderno os dizeres: “Nós quebramos o celular do Niel e jogamos na Ponte Rio-Niterói”. Niel era o apelido de Anderson na família. Mais tarde, Simone Rodrigues, filha biológica de Flordelis, afirmou à polícia que coube à ela a tarefa de descartar os aparelhos do pastor Anderson, da mãe e do irmão Flávio, que teriam sido jogados no mar da praia de Piratininga, também em Niterói.

  • Filha de Flordelis teve relacionamento com pastor, diz mãe de Anderson

A mãe do pastor Anderson do Carmo, Maria Edna do Carmo, revelou, em depoimento à Polícia Civil, que havia boatos de que seu filho estava tendo um caso com Simone dos Santos, uma das filhas biológicas de Flordelis, fruto de um relacionamento anterior da deputada federal. Maria Edna relatou ainda que soube da informação por um frequentador da igreja de Flordelis e Anderson.

Edna afirmou que o mesmo fiel que lhe relatou o boato perguntou se o seu filho estava se separando de Flordelis. A mãe do pastor contou também que o discurso da pastora havia mudado e em suas pregações, ela vinha dizendo que “o diabo havia entrado em sua família”. Maria Edna revelou ainda que Anderson já havia se relacionado com Simone na adolescência, antes de namorar com Flordelis. Ela contou que Flordelis acompanhou sua gravidez de Anderson, tendo convivido com o filho durante a sua infância.

  • Flordelis e o marido frequentavam casa de swing

Uma mulher que frequentava a igreja fundada por Flordelis relatou à Polícia Civil que a parlamentar e o marido frequentavam uma casa de swing, lugar onde há troca de casais. O depoimento foi dado em setembro de 2019, no inquérito que apurava a morte de Anderson. A fiel afirmou que soube da informação em 2007, ao levar sua supervisora a um culto no Ministério Flordelis. Ela relatou à polícia que ao ver a deputada e pastora, sua amiga ficou surpresa e comentou que Flordelis frequentava a mesma casa de swing que ela, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Depois dessa revelação, durante uma transmissão ao vivo na internet, Flordelis negou que ela, o marido e familiares tenham frequentado a casa de swing. “E se fosse verdade? Infelizmente não é verdade. Poxa…Está aí um negócio que eu e meu marido não fizemos. O marido era meu, a mulher era dele. Mas não fizemos não”, disse a deputada.

As contradições de Flordelis

Os depoimentos contraditórios de Flordelis foram indicativos importantes para a solução do crime, de acordo com o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homícios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI). As investigações apontaram que a deputada foi a autora intelectual: financiou a compra da arma, convenceu pessoas a praticar o crime, avisou sobre a chegada da vítima ao local e ocultou várias provas.

Harmonia na casa

Versão de Flordelis – “Nós estávamos em um momento de harmonia na nossa casa. Estávamos vivendo um momento muito bom na nossa família, no nosso lar”, afirmou a pastora durante a coletiva para jornalistas no dia 25 de junho de 2019.

Contestação – Segundo os depoimentos dados à polícia, além de Marzy, Flordelis ficou sabendo ainda que outra filha, Simone, também queria matar Anderson, que era seu padrasto. Lucas também afirmou aos policiais ter mostrado a Flordelis uma mensagem que recebeu do celular da própria mãe pedindo que ele matasse o pastor. Filhos também contam, em depoimento, que a pastora vinha tentando envenenar Anderson com remédios colocados em sua comida.

Plano para matar o pastor

Versão de Flordelis – “Essa proposta eu estou sabendo aqui, neste exato momento. Isso eu estou ouvindo aqui”, afirmou Flordelis, em entrevista à imprensa no dia 25 de junho de 2019, ao ser questionada sobre um dos filhos dela ter recebido proposta para matar Anderson.

Contestação – Marzy, filha afetiva de Flordelis, confessou à polícia ter pedido a um dos irmãos, Lucas, para matar Anderson em troca de R$ 10 mil. Ela disse, ainda, ter contado à mãe sobre o plano.

Desavenças por dinheiro

Versão de Flordelis – “Briga por dinheiro, não. Por outros detalhes, sim”, disse a deputada, durante entrevista à imprensa, dias após o crime, ao ser perguntada sobre desavenças na casa.

Contestação – O Ministério Público, na denúncia contra os dois filhos de Flordelis – Lucas e Flávio –, afirma que uma das motivações para o crime foi o “descontentamento com a forma como a vítima controlava as finanças” da casa. O próprio Flávio afirmou, em depoimento, desconfiar que Anderson estava dando “volta financeira” na mãe. Misael também deu um depoimento no mesmo sentido e afirmou que a mãe estava descontente com a questão financeira e achando que Anderson estava “dando a volta nela”.

Presença de uma moto

Primeira versão de Flordelis – Flordelis relatou, em seu primeiro depoimento à polícia, ter desconfiado da presença de duas pessoas em uma motocicleta, ao lado do seu carro, no trajeto de volta para casa com o marido na noite do crime.

Segunda versão de Flordelis – Ao ser ouvida novamente pelos policiais, oito dias depois, Flordelis não fez qualquer menção à motocicleta.

Número de disparos

Primeira versão de Flordelis – Em seu primeiro depoimento, no dia do crime, Flordelis mencionou ter ouvido “uma série de disparos de arma de fogo”. Ela ressaltou que não seria possível precisar quantos.

Segunda versão de Flordelis – Ao prestar depoimento novamente, oito dias depois, a deputada foi precisa e afirmou ter ouvido “quatro disparos seguidos e depois mais dois disparos”. Em seu depoimento no qual confessou ter cometido o crime, Flávio, um dos filhos da pastora, afirma ter dado o mesmo número de tiros.

Celular do pastor

Versão de Flordelis – À polícia, a pastora afirmou, em seu segundo depoimento, que não viu o celular após o crime e não sabia onde o aparelho estava. No primeiro depoimento, ela havia falado à polícia que o telefone estava em casa e seria entregue na delegacia posteriormente

Contestação – Dois filhos de Flordelis – Misael e Luan – relataram à polícia que o celular de Anderson ficou com o motorista de Flordelis, Márcio Buba, após o crime. Luan disse que viu quando o funcionário chegou na casa da família com o telefone, e seu irmão, Adriano, ficou com o aparelho. Segundo ele, Flordelis estava presente e pediu que Adriano apagasse “aquilo que tá lá”. Em nota enviada à imprensa em agosto de 2019, Flordelis acusou Misael de ter apagado dados do celular do pastor depois do assassinato, o que ela não relatou à polícia.

Briga polítiica

Primeira versão de Flordelis – A deputada alegou à polícia, em seu primeiro depoimento, que não se recordava “de nenhuma decisão ou questão política que possa ter desagradado a alguém ou outro grupo político”.

Segunda versão de Flordelis – Em nota enviada à imprensa em agosto de 2019, a pastora alegou que Misael, um de seus filhos afetivos, teve desentendimentos com Anderson por questões políticas.

Ameaças

Versão de Flordelis – “Meu marido não estava sofrendo nenhum tipo de ameaça. Se não falasse comigo, falaria com os filhos”, afirmou a pastora, também na entrevista coletiva.

Contestação – Dois filhos da deputada – Misael e Daniel – afirmaram que Anderson relatou a eles que tinha sido ameaçado de morte. O pastor encontrou uma mensagem em seu celular na qual havia um pedido para matá-lo. Marzy também contou aos policiais que Anderson descobriu que estavam tramando a morte dele “e chamou um por um na casa”.

Diferenças entre filhos

Versão de Flordelis – “Não existe essa questão de filho biológico e adotado. A maior gestação é a do coração”, afirmou a pastora também em sua entrevista à imprensa

Contestação – Em depoimento à polícia, quatro filhos adotivos e afetivos de Flordelis – Luan, Roberta, Kelly e Daiane – contaram que os filhos biológicos eram tratados de forma diferenciada na casa. Eles relataram que alguns filhos tinham privilégios, como geladeira privativa, e ganhavam os melhores presentes.

Cachorros

Versão de Flordelis – “Meus cachorros são mansos e raramente latem na chegada de alguém”, contou a deputada na coletiva de imprensa.

Contestação – Ao menos quatro pessoas da casa revelaram, em depoimento, que era comum os cachorros latirem, inclusive para pessoas conhecidas, que residiam no local. A própria Flordelis, em seu segundo depoimento, afirmou ter achado estranho os cachorros não terem latido na madrugada do crime. A polícia desconfia que os animais tenham sido sedados por alguém da própria casa.