Jornal Povo

Operação mira grupo de milicianos que intimida moradores de condomínios de Duque de Caxias

Quatro policiais militares são os líderes da milícia, que cobra taxas de seguranças e obriga moradores a contratarem serviços de internet e TV a cabo. Até o momento, seis pessoas foram presas

Operação mira grupo de milicianos que extorquia moradores de condomínio em Duque de Caxias

Rio – A Polícia Civil realiza uma operação, na manhã desta terça-feira (17), contra a milícia que intimida moradores de condomínios de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O grupo cobra taxas e impõe que os moradores dos edifícios comprem os serviços oferecidos pelos milicianos. Os líderes do grupo são quatro policiais militares. Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) cumprem 18 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão no município da Baixada e na Região dos Lagos. Até o momento, seis pessoas foram presas, sendo três PMs. Na segunda-feira (16), a especializada também realizou uma ação contra milicianos e prendeu um PM reformado.

O grupo atua em cinco condomínios da Estrada Calundu, no bairro Nossa Senhora do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No local, são cerca de 8 mil moradores. De acordo com a polícia, o grupo cobra taxas de segurança e impõem que os moradores tenham sinal de TV a cabo clandestino e serviços de internet de uma empresa específica, que é indicada pelos milicianos. 

Ainda segundo as investigações, a cobrança das taxas impostas aos moradores dos condomínios é feita através de intimidação. Além disso, os síndicos dos edifícios, responsáveis pela administração, são obrigados a incluir valores a mais nas despesas dos boletos do condomínio.

A operação também conta com apoio da Polícia Militar. A delegacia reforça que todos aquele que, direta ou indiretamente participem das atividades de milícia, serão responsabilizados.

Uma operação da Draco prendeu um policial militar reformado, na segunda-feira (16), na Baixada Fluminense. Júlio Cesar dos Santos Marques é investigado por práticas semelhantes às praticadas pela milícia e atua na Baixada Fluminense e Zona Oeste do Rio.Investigações da especializada apontam o militar reformado se apossou, de forma ilegal, de terrenos e os colocou à venda em uma imobiliária administrada por ele, a Mac Consultoria. Ainda segundo o inquérito policial, Júlio Cesar mobilizou policiais militares do 20º BPM (Mesquita) para intimidar testemunhas.
Policiais militares que estão na ativa também são investigados, mas a Polícia Civil não divulgou nomes. Ao todo, cinco mandados de busca e apreensão são cumpridos em Nova Iguaçu, Campo Grande e Bento Ribeiro. O PM reformado está preso temporariamente.

De acordo com a investigações da Draco, Júlio Cesar usava o poder de ter sido policial militar para coagir moradores, comerciantes e mototaxistas. Sempre armado, cobrava taxas para que as pessoas pudessem trabalhar.

Testemunhas relataram à Polícia Civil que o PM reformado tomou para si um terreno que era usado como estacionamento de uma igreja evangélica.Em um de suas ações criminosas, antes de entrar para o quadro de reformados da PM, chegou a fazer o uso de equipes do Grupamento de Ações Táticas do Batalhão de Mesquita para invadir uma casa e coagir testemunhas