Jornal Povo

“O TREM NOSSO DE CADA DIA.”

Nos últimos dias, os destaques das midias do estado do rio ficaram por conta dos roubos de cabos da rede Supervia. Manchetes intermináveis, vídeos e entrevistas televisiva mostrando o quê ja vem acontecendo há décadas a conta gotas, e o pior; num cenário decadente e com poucos insvestimentos a REFESA(SUPERVIA), virou motivos de piadas memes vídeos de todos os tipos tentando criminalizar um dos maiores transportes de massa do estado com uma excelente malha ferroviária

UM POUCO DA HISTÓRIA;

Atualmente a Supervia transporta uma média de 750 mil passageiros/dia, viajando em 204 trens, por uma malha de 270 quilômetros e 104 estações, ao longo de 12 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Fonte Wikipédia.

A Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864.

“VAMOS RESPIRAR NOSTALGIA”

Quem nunca foi chamado de “Marmiteiro?”. Vou de “TL”(TREM LOTADO).

Seguren-se; Ao som dos buzinaços…foi dado a partida, do trem é claro, não e futebol .

Calma ai seu maquinista, ainda tem gente querendo entrar, os atrazildos do relógio de cabeceira, as horas e noitadas do fim de semana atrasou tudo, segura a composição, calma, não e de música que estamos falando…e sim TREM. Transporte Rápido Entre Municípios, pronto falei.

MAIS NOSTALGIA.

Aos amantes dos trens urbanos, rola um sentimento de amor platonico, “não consigo viver sem você” mesmo que não estejas comigo.

Primeiro vagão, barulhinho light valendo sorrisos, o cânticos gospel, pastores em oração… “Olha o picole”… Biscoito de polvilhos, pipoca doce salgada, batatas, Alicate de unha, lixa ,esmalte ,cola ,engraxates, isqueiros. Putz, existe um bazar e shoppings nas composições da Supervia, e cá para nós, sem eles não tem graça as viagens.  Quem nunca viajou numa Lata de Sardinha. Suja sem iluminação portas com defeito, de tão lotadas, em gente que arrisca viajar nas portas, no teto como surfistas, tem gente pra tudo. Pronto parou no meio da viagem, o maquinistas o trem furou o pneu, gritou um gaiato, misericórdia. Tem gente pra tudo. Alguém se lembra de conseguir se mover numa composição lotada? Quando os braços estão para cima, la mesmo fica, agora, se estiverem para baixo e guerra na certa, e como se literalmente: Mãos ao alto porque para baixo da ruim.
Po não se mexe, sua bolsa embolou na minha, tira o pé da minha meia. A cerveja do bolo, entra seu ser convidado e sai sem ser mandado, é tudo muito frenético.

As estações sempre lotadas de Paracambi a Deodoro.

Quantas vezes entramos e saímos do vagão involuntariamente, e so atrasar um horário, e ,o, foi so uma empurrãozinho, entrei no trem sem fa e esforço algum. Certo dia parado na plataforma aguardando o trem para a Central do Brasil em Deodoro em uma horário de rush, a plataforma estava tão cheia, que o trem de Santa Cruz parou na mesma plataforma do destino a central, e quando as portas se abriram, fui lançado involuntariamente para dentro da composiçao, Isso mesmo, tive que passear em Santa Cruz mesmo sem vontade. Benditos sejam os nossos trens. Não e a massa da mandioca, e sim a trabalhadora.

NOSTALGIA III

Os grupos de viagem marcavam seus encontros na plataformas da Central do Brasil na hora da volta,fato também nos horários de descida como era chamado, sempre unidos, todos juntos e misturados literalmente, ninguém nunca reclamou, sempre foi um prazer ser um amante dos TLS. Marmiteiro e pião, gostava do apelido, era uma honra, os bacanudos dos onibus que o digam. Desodorante vencido, bafos de todos os lados. Aquela roupa com cheiro de água sanitaria, foi lavada a noite e secou atrás da geladeira, nossa. Me lembro das sopas nas Marmitas com disco voador, (Ovo Frito), macarrão com linguiça e frango, o bife de fígado acebolado, dava ater para saber o cardápio do amigo so pelo cheirinho da comida. Pela primeira vez arrisquei levar sopa na marmita, e na hora do almoço ao abrir a caixinha de alumínio, nada… A sopa ficou em algumas estações da rede ferroviária espalhada ao longo da viajem, risos a parte, foi constranjedor e foi a piada do mes.

A garrafa de café, olha o mate!, e aquela lata de sardinha percorria quilometros de trilhos num barulho de buzina e sacolejos, o mais interessante é que ninguém caía desafiando a lei da gravidade, de costas uns para os outros, costas amigas e amparadas pelos balanços que confesso, dava sono. Em época de calor abanador de mao, no frio portas fechadas. Alguém soltou um pum, nossa senhora, incrivelmente uma composição lotada esvasiava com espaços de sobra, Benedito PUM. Acho que até que o maquinista promovia solavancos de propósito, talvez era para arrumar mais espaço dentro dos vagões. Salvem-se  quem puder, era ótimo, arrumava o posicionamento dos amigos das marmitinhas.

Se preciso for la estaremos. Prontos para utilizar a melhor forma de transportes terrestre em todos os tempos.

“Benedito seja o trem

nosso de cada dia.”

Protejam os Trens, ame os trens.

As charges são meramente ilustrativa.

Texto: Arinos Monge.