Jornal Povo

POEMAS & POESIAS:’Desastres comportamentais’

Por: Dr. Luiz Alberto Soares.

Nossas vidas têm se transformado em um temporal desses que, não é de verão, não passa rápido, que derruba nosso ânimo de continuar tentando, de dar o próximo passo, e inunda nossa desconfiança por um mundo melhor. Uma erosão provocou um deslizamento da honestidade. Agora é um “salve-se quem puder”.
Fomos atingidos por tsunamis que nos arrastam a honra, nos levam o respeito, e causam uma destruição sem igual. E, de repente, aquele vulcão adormecido há anos, entra em erupção e saímos jorrando larvas em formas de palavras, que queimam e destroem.
Eu tenho medo desses raios que cortam o céu, e, como um véu, nos cobrem, atingem o caráter, e nos arremessam no chão da indolência.
O sopro do vento provocou um ciclone de emoções desencontradas, espalhando a maldade pelos quatros cantos da Terra, gerando uma perturbação entre as pessoas e uma tempestade de indecência que vedou os olhos dos habitantes, impedindo-os de enxergar o óbvio.
Um dilúvio de superioridade molhou a mente humana, provocando o desabamento do equilíbrio que, sob os escombros, ainda não foi encontrado.
Nesses desastres da alma, fomos atingidos por pandemias de ambições devastadoras, que quase nos levaram à extinção e, se não nos atentarmos, e acordamos o quanto antes, um grande terremoto vai cortar o solo, abrir fendas, nos arremessar no espaço, e seremos sugados por um desses buracos negros, nos desintegraremos na Termosfera e nossos restos serão absorvidos pela radiação solar.
Ou a gente muda enquanto dá, ou seremos poeiras suspensas no ar.

Texto: Dr. Luiz Alberto Soares, Juiz de Direito e Escritor