Jornal Povo

POEMAS & POESIAS:”Por que estamos agressivos?”

Por: Dr. Luiz Alberto Soares.

Por que estamos mais agressivos? Basta eu colocar o pé na rua e lá vem uma buzina, ainda que o sinal esteja aberto para mim. Se ligar a tv as notícias são pavorosas. É claro que não são todos os que escondem a insegurança atrás da arrogância. Sorte nossa que ainda existem pessoas amáveis que estão sempre prontas a nos escutar. Reclamamos de tudo: Do mundo, do parceiro, dos pais, que são controladores demais ou ausentes, do patrão, do salário. O que se esconde atrás disso tudo? A paz no mundo já é página virada. Levaremos séculos para alcança-la, se é que conseguiremos um dia. Andamos hostis e criticando o diferente, apontando o dedo, traindo, matando, desejando mal, invejando, discutindo por qualquer coisa, desprezando, rompendo com qualquer resquício de solidariedade e estamos sempre atrasados, sem tempo para nada. A vida precisa de uma porta, onde, por detrás dela, a gente consiga dar uma espiada. Mas assistimos, estarrecidos, a cretinice de quem deveria ser a voz do povo e ainda se sente no direito de julgar. Fazemos pequenos protestos sem grandes resultados. Refugiados pedindo abrigo em pais da Europa sob os olhares atentos de guardas truculentos que obedecem ordens e veem o sofrimento e agonia de crianças que choram por um prato de comida e com o frio intenso. Daqui, ou de lá, pouco podemos fazer. Dizem que há sempre o outro lado. O cinismo engana até os mais astutos; a brutalidade disfarça a delicadeza; não recuamos em nossas opiniões, ainda que sejam equivocadas, pois temos medo de sermos vistos como fracassados e seguimos com nossos disfarces enganando a nós mesmos e achando que somos os melhores. Nesse compasso, perdemos o passo, a originalidade, a individualidade e, tensos, cansados, com a enfermidade da alma, já não esboçamos qualquer reação. Os costumes mudam em velocidade assustadora, a tecnologia que veio para nos ajudar, vai, pouco a pouco, nos distanciando. Enquanto isso, a roda do tempo gira, gira e gira.

Texto: Dr. Luiz Alberto Soares Escritor e Luiz de Direito.