Por: Dr. Luiz Alberto Soares Juiz de Direito e Escritor.
Apesar de tudo, a gente ainda é feliz. A gente sorri, encanta, ama, senti prazer, se entrega, acredita, sonha, ganha e, mesmo quando perde, a gente adquire força para ultrapassar a dificuldade que nos fez retornar algumas casas. A gente se diverte, se envolve, conhece pessoas que passam a ser parte integrante das nossas vidas. A gente tortura nossa medo, esconde um segredo, se banha em águas não tão cristalinas, se irrita por bobagem, sobe no palco da futilidade e promove nosso show sem plateia. Depois a gente se esconde no camarim, tira a máscara, se assusta com a imagem que vê no espelho, grita, pede socorro e torce para que alguém venha nos acudir. A gente vê quem a gente gosta partir, mas, com o tempo (nem sempre a gente consegue), a gente entende que tudo está inserido nos insondáveis desígnios de Deus. A gente chora, mas as lágrimas servem para lavar a alma. A gente vai tocando em frente, sem pressa, com inteligência e paciência, sem perder o rumo, tomando cuidado para não entrar por caminhos perigosos em busca de algo que não irá nos acrescentar muita coisa . A gente se esbarra com que não conhecia e este desconhecido enrosca sua vida na nossa e nela fica, ou vai embora, e, no final, a gente faz um balanço para saber se nos machucou ou nos iluminou. A gente quer e corre atrás, o problema é quando nos excedemos. A gente é assim, desse jeito e, ainda que com um pouco de defeito, a gente vai vivendo. Até quando? Eu não sei dizer.