Jornal Povo

Claudio Castro e André Ceciliano, o fim de um casamento?

André Ceciliano pega o mundo da política de surpresa e praticamente anuncia seu divórcio do governador Cláudio Castro em entrevista ao Correio da Manhã

O casamento entre o governador Claudio Castro (PL) e o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), foi sempre algo curioso. O primeiro ligado, mesmo que indiretamente, a Jair Bolsonaro (PL), e Ceciliano um dos principais interlocutores do ex-presidente Lula (PT) no Rio. É como se Romeu e Julieta tivessem se casado e não se suicidado no fim da peça, e… “foi bom enquanto durou“.

Já era sabido de algumas rusgas entre os dois mais importantes políticos do estado, mas isso nunca foi público. Só que em entrevista ao jornalista Claudio Magnavita, do jornal Correio da Manhã – que tem tendências governistas – Ceciliano tornou público o divórcio entre eles. O começo do vídeo é praticamente ocupado com auto-elogios, mas a partir da metade  ele começa a falar sobre o governo Castro. E como fala.

Pelo tom de Ceciliano, é como se a entrevista fosse praticamente o lançamento do nome dele como candidato a governador do Rio de Janeiro em 2022. E nessa ele pode acabar contando com o apoio do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD); nesse caso, Marcelo Freixo (PSB) viria candidato a deputado federal, aumentando a bancada do partido no Rio de Janeiro.

Ceciliano disse ao jornalista  Magnavita: “Eu tenho um respeito pelo governador Cláudio Castro, só que eu acho que, quando você combina uma coisa, precisa cumprir. Você pode até falar que aquele combinado não era bem assim, mas não dá para fazer compromissos, como fiz na Alerj, e depois, ter eles mudados unilateralmente, sem uma conversa. O governador tem a dinâmica dele, a responsabilidade dele e nós temos a nossa. Como ele tem pouca experiência administrativa, precisa se cercar de pessoas que possam dar um caminho a ele, para cumprir os compromissos.” Entre os compromissos que teriam sido mudados, Ceciliano cita os casos IPCA e Fundo Soberano, deixando claro seu descontentamento com as mutações nos combinados que teria com Castro, e que o governador não se teria sentado para conversar com ele sobre estas mudanças, e confessa que chegou a ser pego de surpresa no caso do aumento dos servidores, afirmando que só soube do aumento pela Rádio Tupi.

E continua a chorar: “se você tem a preocupação de ter um aliado contra você, você precisa tratar bem seu aliado. Ou pelo menos ter uma condução que você possa cumprir. Isso é bíblico, quem não é fiel no pouco, não vai ser fiel no muito. Na política vale a palavra, é apalavrar e cumprir.”