Jornal Povo

Acusado de matar ex-namorada e amiga em casa em Nova Friburgo é julgado nesta terça-feira

É realizado, nesta terça-feira (8), o julgamento do engenheiro Rodrigo Marotti, de 33 anos, acusado de matar a ex-namorada, a artista plástica Alessandra Vaz, e a amiga dela, Daniela Mousinho, em Nova Friburgo, em outubro de 2019. Na ocasião, as duas mulheres, ambas de 47 anos, foram trancadas por Rodrigo no banheiro da casa em que Alessandra vivia, e em seguida deu início a um incêndio. Com mais de 80% dos corpos queimados, apesar do resgate, elas morreram. Hoje o réu vai enfrentar um júri popular pelo crime.

O julgamento no Fórum de Nova Friburgo, no Centro da cidade, estava marcado para às 10h30, e começou cerca de uma hora depois. As famílias e amigos das vítimas estavam na porta do local desde cedo, com cartazes em protesto, e agora acompanham o julgamento.

Daniela Mousinho, amiga de Alessandra Vaz
Daniela Mousinho, amiga de Alessandra Vaz Foto: Reprodução / Redes sociais

Parentes de Alessandra e Daniela têm promovido uma campanha nas redes sociais que alerta sobre a violência de gênero e pedem pena máxima para o assassino. Em seu perfil no Instagram, a cantora Andresa Vaz, irmã de Alessandra, fez uma contagem regressiva quando faltavam 30 dias para o julgamento. Nesta terça-feira, uma das postagens tem como legenda:

“Minha gratidão a cada pessoa que segurou nas minhas mãos e lutou todos esses dias comigo!

Juntos somos mais fortes!

Justiça para Alessandra e Dani!

Por elas e por NEM UMA MULHER A MENOS!”, diz a publicação, acompanhada por uma montagem com fotos acompanhada por texto, que diz em trecho:

“Mas que esse caso sirva de exemplo para que possamos debater cada vez mais nossas políticas públicas sobre a VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O FEMINICÍDIO”

Relembre o caso

No dia 8 de outubro de 2019, Rodrigo foi até a casa de Alessandra e invadiu o imóvel. Ele trancou a ex-namorada e a amiga dela Daniela, que também estava no local, dentro de um banheiro. Ele então deu início a um incêndio e usou um colchão em chamas para bloquear a porta do cômodo. Em seguida, Rodrigo fugiu do local, no carro de uma das vítimas, mas acabou sofrendo um acidente.

As duas mulheres foram socorridas por vizinhos ainda com vida. Elas apontaram Rodrigo como autor do crime. Daniela morreu no dia seguinte, no hospital, ao ter mais de 80% do corpo queimado. A morte de Alessandra, que também teve queimaduras graves, aconteceu dois dias depois.

Rodrigo foi preso no dia seguinte ao crime. A Justiça definiu, em outubro de 2021, que ele seria levado ao Tribunal do Júri.