Jornal Povo

Mais uma bala perdida:”Enfermeiro do Samu é baleado em ataque de criminosos durante socorro a paciente em favela no Rio”

Um enfermeiro que trabalha na motolância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi baleado em um dos tornozelos, na tarde desta quarta-feira (1º), ao entrar no Morro do Adeus, próximo ao Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, para atender um paciente. Segundo Marco Schiavo, diretor do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (SindEnf-RJ), os criminosos alvejaram o profissional da saúde quando ele e um colega entravam em um dos acessos da comunidade para socorrer uma pessoa.

O profissional, que não teve o nome revelado, foi socorrido por motoboys da favela e levado para o Hospital municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador, também na Zona Norte. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde (SMS), o homem foi ferido na perna esquerda e deu entrada na unidade de saúde da Ilha, onde recebeu atendimento médico e foi liberado ontem mesmo.

O diretor do SindEnf-RJ, contou que o enfermeiro iria socorrer um paciente que estava passando mal numa casa da comunidade.

— A dupla de enfermeiros, em duas motos, seguia para um atendimento no Morro do Adeus após uma pessoa solicitar atendimento por telefone na comunidade. Eles entravam na localidade com a sirene desligada para prestar atendimentos do Samu, quando os bandidos atiraram contra esses trabalhadores, os impedindo de fazer o socorro. Durante a confusão, a população disse (aos bandidos) que eles estavam indo atender uma pessoa. Tudo isso aconteceu às 16h30 de ontem (quarta) — contou Marco Schiavo.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Enfermeiros, o mototaxistas levaram o enfermeiro até o hospital. Posteriormente, uma outra equipe foi até o local onde o morador precisava de atendimento para prestar o socorro.

O projeto da Motolância tem cerca de 30 motos utilizadas pelo Samu em diferentes pontos espalhados pela capital fluminense. Segundo o Sindicato dos Enfermeiros, profissionais da categoria sofreram mais de 40 abordagens por criminosos só este ano em comunidades do Rio.

— A gente precisa do poder público para dar proteção aos servidores da saúde, pois a comunidade precisa de atendimento. Precisamos também da colaboração da associação de moradores para mostrar que eles estão ali para salvar vidas — salienta Schiavo.