Jornal Povo

Ex-PM e empresário é morto a tiros em shopping do Rio; chefe da milícia ficou ferido no tiroteio

O ex-cabo da Polícia Militar e empresário Orlando Chaves Nogueira da Silva foi morto a tiros, dentro de um shopping gastronômico no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. O homem estava acompanhado por Marcus Vinícius Gomes Dias, conhecido como Panelada, apontado como chefe de uma milícia que atua nas comunidades Beira Rio e Novo Rio, no mesmo bairro, quando foram surpreendidos por homens armados na praça de alimentação do Le Gusta, na noite desta quinta-feira, dia 4. Ele também ficou ferido, sendo encaminhado a um hospital particular da região em estado grave. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso.

De acordo com a Polícia Militar, Orlando entrou na corporação em novembro de 1984 e saiu em abril de 1994, “sendo excluído a bem da disciplina quando ainda ocupava a graduação de cabo”. Há cerca de três anos e meio, ele era sócio de uma distribuidora de gás Japuiba, em Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana do estado.

Já Marcus Vinícius chegou a ser preso, em setembro de 2019, em uma mansão de luxo na Barra da Tijuca. Na ocasião, ele havia sido condenado pela Justiça em um processo pelos crimes de roubo qualificado, extorsão com emprego de arma de fogo, formação de quadrilha, porte de arma e tortura, a partir de investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) que davam conta que sua quadrilha atuava cobrando taxas mensais de até R$ 100 para comerciantes; semanal de R$ 15 para moradores e de R$ 30 para os mototaxistas.

O inquérito apontava também que o bando de Panelada explorava serviço de TV a cabo clandestina. Os criminosos faziam também cobranças para os moradores que desejassem realizar obras em suas casas. Para construir uma nova laje, o morador tinha que pagar cerca de R$ 1 mil para eles. A quadrilha ainda manteria relações com a organização criminosa que age na comunidade de Rio das Pedras.

As investigações mostraram ainda que o grupo comandado por Panelada agia com violência e costumava torturar e espancar integrantes de quadrilhas rivais e suspeitos de praticar crimes. Ele assumiu o controle da milícia da região após a morte do presidente da Associação de Moradores da Favela Novo Rio, Anderson Crisóstomo Sanches dos Santos. Na época, se uniu a milícia local com a da Beira Rio, formando uma só quadrilha.