O frio intenso pode acarretar problemas sérios nos animais e algumas atitudes ajudam a aquecer o pet

Foto: Luciano Araújo
Por Mariana Cavalcanti
Não são só os humanos que sofrem com as baixas temperaturas: os pets também sentem frio e precisam se proteger para não desenvolverem doenças mais sérias. Com a chegada do outono e aproximação do inverno, entidades organizam campanhas de agasalhos animal, para proteger os bichinhos do frio intenso.
Além disso, veterinários indicam que os animais recebem uma vacina contra a gripe, que pode causar sintomas muito parecidos aos dos humanos. A vacina para cães e gatos, entretanto, é um pouco diferente da humana. Ela protege, na verdade, contra uma bactéria que costuma surgir quando o animal está infectado pelo vírus da gripe animal.
“As alterações respiratórias da gripe no cão e gato são muito parecidas com a nossa: tosse, espirro, ficar um pouquinho mais prostrado, mais quietinho, pode ter febre e os olhos lacrimejando. Mas essas vacinas não protegem o animal contra várias cepas de vírus, igual acontece com as vacinas pra gente. As vacinas basicamente protegem contra uma bactéria que chama de Bordetellae, que quando está associada com alteração viral tem um tratamento longo e chato”, explica o veterinário Renato Filhusi.
Que riscos o frio traz para cães e gatos?
Segundo Renato Filhusi, o mais comum é que cães e gatos tenham sintomas muito parecidos com os dos humanos no frio: dores articulares, alterações respiratórias, tosses, espirros e maior predisposição à gripe. Entretanto, animais expostos ao frio intenso podem desenvolver problemas mais sérios.
“No frio o animal vai ter menos locomoção até a vasilha de água e de comida, então isso acarreta a problemas secundários, como desidratação, ingestão calórica baixa e perda de peso.. Já o frio muito intenso, que causa hipotermia, pode causar problemas sérios de rigidez muscular, alteração respiratória, cardíaca e do nível de consciência do animal, além de problemas neurológicos a médio e longo prazo”, relata o veterinário.
Animais pequenos e/ou com menos pelo sofrem mais com o frio?
Uma crença comum é que animais de porte pequeno, como Chihuahuas e Pinchers, sofrem mais com o frio. Além disso, é normal que as pessoas pensem que cães peludos, como Goldens Retrievers, sejam mais resistentes à baixa temperatura.
O veterinário Renato Filhusi, entretanto, explica que a sensação de frio depende mais das oscilações bruscas de temperatura do que do porte ou quantidade de pêlo do animal.
“A sensação de frio e calor depende muito mais da oscilação da temperatura, da mudança térmica, do que da quantidade de pelo. Um cão que estava ontem 10ºC mais quente que hoje, vai ter um pouco mais de frio, independente de ser muito ou pouco peludo. Cães peludos são mais preparados para aguentar fios mais extremos, por exemplo Samoieda e o Husky. Mas nas temperaturas do Brasil, que são mais amenas, os cães vão sentir frio igual a gente, contendo muito ou pouco pelo”.
Como proteger os animais do frio?
Uma das técnicas mais comuns de esquentar os cães e gatos é com agasalhos, porém, nem todo animal aceita usar roupinha. Segundo o veterinário Renato Filhusi, esta não precisa ser uma preocupação do pai de pet, já que existem outras técnicas mais simples que também ajudam a aquecer o bichinho. Antes de tudo, entretanto, o tutor deve entender como descobrir se o pet está sentindo frio.
“Para perceber se o animal está com frio é preciso reparar onde ele está ficando na casa. Ele está se escondendo de correntes de vento? Está evitando pisos mais frios? Ele está deitado mais enroladinho, nele mesmo, andando com a coluna arqueada? Os tremores de frio costumam ser do corpo inteiro, e não de extremidades. Os cães com frio acabam preferindo cantos, que tenham alguma fonte de calor e se locomovem pouco”.
Se o tutor perceber que o seu animalzinho está sentindo frio, o primeiro passo é não deixá-lo em locais abertos ou perto de correntes de frio. Além disso, dispor de colchonetes e casinhas para que ele não precise deitar no chão também ajuda a manter os pets mais quentes.
“Hoje a gente tem um monte de ferramenta para manter o nosso pet quentinho, como casinhas de madeira e plástico, e iglus que são feitos de tecido, que tem uma boa aceitação para gatos. Temos também mantas de vários tipos de tecido, e isso vai em encontro com o que o pet prefere. Tem também colchonetes mais altos e colchãozinhos térmicos que a gente pode ligar na tomada para manter a temperatura do pet”, recomenda o médico veterinário.