Documento aponta que, além de informações dos moradores, um agente da Polícia Militar confirmou a presença de barricadas; PM nega que tenha sido acionada

Uma equipe de fiscalização do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) precisou suspender uma visita em Nova Iguaçu devido à insegurança na região do local da visita, que fica no bairro Parque São Francisco. O grupo foi alertado, inicialmente, por moradores e, em seguida, a verificação não pôde ser realizada sob orientação de um agente do Destacamento de Polícia Ostensiva (DPO) do Km 32, bairro vizinho na mesma cidade, confirmando que o destino estava “em área deflagrada”, conforme consta em relatório do Inea ao qual o EXTRA teve acesso. A PM, no entanto, nega que tenha sido acionada.
A justificativa da visita era para atualizar a situação do Requerimento de Licença Ambiental de uma criação de peixes na Rua Santa Joana. O pedido, segundo o relatório, “fora indeferido” e a ida ao local serviria também para “verificar se houve implantação do empreendimento e adoção de medidas cabíveis”.
O relatório de 31 de março deste ano, assinado por uma química do Inea no último dia 22, detalha que moradores alertaram a equipe que o endereço para o qual se deslocavam “estava sob domínio de duas facções rivais”. Em seguida, a equipe se dirigiu ao DPO, em que um sargento “confirmou que barricadas impediam o acesso”.

Além da parte escrita, o documento do Inea traz fotos que registram a ida ao posto da PM, bem como da região que seria visitada, de terra batida.
Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente esclarece que casualidades como essa não são comuns, mas que, em alguns casos, “a vistoria não é realizada pessoalmente, para preservar a integridade física dos servidores”.
No endereço citado no relatório, na Rua Santa Joana, o Inea conseguiu constatar por sensoriamento remoto que o local “não apresenta características de tanques escavados para a criação de peixes” e explica que a implantação foi indeferida anteriormente por conta da parte interessada não ter atendido às notificações emitidas pelo órgão, que “que solicitou documentações e providências necessárias no processo de licenciamento ambiental”.
Já a Polícia Militar nega que a equipe do 20º BPM (Mesquita) tenha sido acionada para o fato relatado. A corporação destaca, ainda, que o batalhão realizou mais de 440 prisões e apreendeu 37 adolescentes neste primeiro trimestre, em toda a sua área de atuação.