Jornal Povo

Secretário de Duque de Caxias é preso pela PF em operação que mira fraude em cartões de vacina; irmão de ex-prefeito é alvo

Secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha — Foto: Reprodução

O secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (3), suspeito de participar de um grupo que, segundo as investigações, fraudou cartões de vacinação da Covid-19 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele é um dos seis alvos da Operação Venire.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, também está entre os presos, assim como o policial militar da reserva Max Guilherme Machado de Moura, ex-sargento do Bope.

A falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A PF ainda investiga a situação de outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Foram alvos de buscas a apreensão o deputado federal Gutemberg Reis (MDB), irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis, ex-vereador Marcelo Moraes Siciliano, o advogado e deputado estadual suplente Ailton Barros e a servidora da prefeitura de Caxias Camila Paulino Alves Soares.

Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da Central de Vacinas caxiense, foi conduzida à sede da PF para prestar esclarecimentos.

De acordo com a PF, as fraudes ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. O objetivo seria burlar restrições sanitárias de países como os Estados Unidos.

Caxias foi cenário de diversas denúncias envolvendo problemas com a vacinação contra a Covid-19. Em março de 2021, o Ministério Público do Estado (MPRJ) chegou a expedir uma recomendação à Prefeitura para que fosse observado o Plano Nacional de Vacinação.

Enquanto em outras cidades a imunização estava na faixa etária de 80 anos, Caxias chegou a avançar a vacinação para a faixa etária de 60 anos. Na época, o município registrou filas gigantescas e confusão na hora da imunização.

Irmão de ex-prefeito é alvo

Durante a manhã desta quarta, a Polícia Federal foi a endereços ligados ao deputado federal Gutemberg Reis (MDB), irmão de Washington Reis, atual secretário estadual de Transportes, do governo de Cláudio Castro.

De acordo com as investigações, Gutemberg teria falsificado o cartão de vacinação contra a Covid. Segundo o site da Câmara dos Deputados, o político tem passaporte diplomático.

Segundo Gutemberg Reis, a busca e apreensão da Polícia Federal aconteceu no endereço antigo dele no Rio de Janeiro. Desde terça (2) o deputado está em Brasília e disse que não houve busca e apreensão nem gabinete, nem no endereço dele na capital federal.

Gutemberg negou qualquer fraude no cartão de vacinação dele, disse que tomou todas as doses da vacina, mas teve um problema no Conecte SUS. Ele disse que corrigiu o problema quando foi com a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a China.

A Operação Venire

A PF investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid”, diz a Polícia Federal.

Teriam sido forjados os certificados de vacinação:

  • do hoje ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • da filha de Bolsonaro, Laura Bolsonaro, hoje com 12 anos;
  • do ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, da mulher e da filha dele.

Nomes de quatro dos seis presos:

  • o coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  • o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial;
  • o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;
  • o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.

Segundo a PF, as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como:

  • infração de medida sanitária preventiva;
  • associação criminosa;
  • inserção de dados falsos em sistemas de informação;
  • corrupção de menores.

A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado. As pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.

A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas” e “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.

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