Cidade reduziu de 21 para 15 representantes no Legislativo; decisão agrada ao prefeito e ao líder de governo, mas lideranças da cidade questionam perda de representatividade.

A Câmara de São João de Meriti aprovou essa semana, a redução de cadeiras de vereadores da Casa para as eleições de 2024. O projeto deixa seis vagas a menos na Casa, passando de 21 para 15 representantes do legislativo.
Foram 20 votos a favor e uma abstenção do vereador Rogério Paes, que disse que não compareceu à sessão por motivos pessoais. A justificativa dessa redução é a crise econômica e social que assola o país e que também reflete em São João de Meriti. E isso foi reforçado até mesmo pelo prefeito Doutor João, que apoia o projeto de redução de cadeiras da Casa.

“A verdade é que vivemos uma forte crise econômica e social no país, e com esta atitude a Câmara está demonstrando uma grande sensibilidade com este problema, se fazendo necessário atitudes corajosas e heroicas no sentido de adequar a Câmara a essa realidade que estamos vivendo, fazendo valer o princípio da economicidade na administração pública”, disse ele.
E o líder de governo, vereador Rodrigo, parece ter sido orientado a pensar da mesma maneira.

“Tivemos uma votação tranquila com 200 pessoas assistindo dentro da Câmara, espero que a votação de hoje possa ser concluída com sucesso”, afirmou Rodrigo.
Essa manobra política tem a função de vender para ao cidadão médio, a ideia de economia de gastos públicos, gestão eficiente, e melhoria dos serviços públicos, no entanto, por lei, o Duodécimo, que é o repasse que o poder executivo (prefeitura) tem que fazer ao Poder Legislativo (Câmara dos Vereadores), não pode ser alterado, que no ano de 2022 representou o valor de R$ 27.782.870,02 (vinte e sete milhões, setecentos e oitenta e dois mil, oitocentos e setenta reais e dois centavos) de orçamento.
Com isso, o quadro político que se avizinha é de maior poder na mão de poucos vereadores, e uma Câmara com menos cadeiras deixa mais fácil a composição política, possibilitando assim a maior base governista, e com isso uma menor representatividade naquela que é a casa fiscalizadora do poder executivo, dificultando também a possibilidade de oposição na cidade.
Decisão pode gerar futuros arrependimentos
Segundo o IBGE, o Município de São João de Meriti possui 472.906 habitantes, e 21 bairros em sua composição administrativa. Reduzir as cadeiras de parlamentares pode gerar futuros arrependimentos no âmbito político, pois isso significa falta de representatividade dos bairros na Casa Legislativa, pois muitas lideranças podem ter, ou não (mais provável que não), a oportunidade de representar a região que mora.

Um grande exemplo disso é o que está acontecendo em Nova Iguaçu, cidade vizinha, que colhe os frutos do arrependimento de ter enxugado o número de parlamentares por duas vezes, de 23 para 17; e de 17 para 11; e atualmente tenta reverter isso. Os pretensos candidatos a vereança iguaçuana, tem comparecido a cada sessão da Câmara reivindicando que o atual presidente da casa coloque em pauta o projeto que amplia novamente o número de vereadores de casa para 23 parlamentares.
Isso se dá pelo fato, da cidade possuir mais de 800 mil habitantes, segundo o IBGE, tendo a possibilidade constitucional de até 29 vereadores, mas a redução realizada em 2016, vem causando transtornos à população iguaçana, que sente a ausência do poder público em diversos bairros da cidade, em razão da redução de cadeiras na casa legislativa.