O promotor da Força Tarefa Tarefa Marielle e Anderson (FT-MA) Eduardo Martins, do MPRJ, afirmou durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (24) que Ronnie Lessa fez buscas em um site de crédito para obter CPF de Marielle Franco e da filha da parlamentar e o endereço da vítima. Ele acrescentou que o ex-bombeiro Maxwell, o Suel, e Ronnie Lessa ajudavam financeiramente a família do Élcio Queiroz até os dias atuais.

Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva contra Maxwell e sete mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana. Na casa do ex-bombeiro foram apreendidas armas de fogo. Foram encontradas provas contundentes contra ele pela vigília da vítima e depois a descarta de provas. Junto com Ronnie Lessa, Suel mantinha a família de Élcio e ajudava a pagar a defesa no processo. O dinheiro, segundo os investigadores, vinha de atividades ilícitas da milícia.
No dia 10 de junho de 2020, Maxwell Simões Correa foi preso e acusado de obstruir as investigações sobre a execução de Marielle e de Anderson. A prisão foi na Operação Submersus 2, deflagrada naquele dia pelo MPRJ, Corregedoria do Corpo de Bombeiros e Delegacia de Homicídios da Capital (DH).
Na época, também a promotora do MPRJ, Simone Sibilio, que respondia pela investigação do caso no órgão, afirmou, em entrevista na porta da DH, na Barra da Tijuca, que Correa foi proprietário do carro utilizado para ocultar um arsenal de armas de Ronnie Lessa, acusado de ser o executor da vereadora.
A ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle Franco, Anielle Franco, afirmou nesta segunda-feira (24) que confia na PF e voltou a indagar sobre o mandante das mortes: “Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê?”
No instagram, o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, também falou sobre a primeira fase da investigação da PF e parabenizou os agentes pela prisão. “Esse é mais um passo importante para descobrir quem mandou matar Marielle Franco. Eu e Marielle começamos a trabalhar juntos todos em 2006, quando me candidatei a deputado estadual pela primeira vez. E sempre enfrentamos juntos a máfia que comanda o RJ.”
Os assassinatos de Marielle e Anderson completaram cinco anos em 2023 sem respostas sobre o mandante do crime. Os dois foram mortos no dia 14 de março de 2018. Em fevereiro desse ano, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a PF abrisse um inquérito paralelo para auxiliar as autoridades fluminenses.
Nas investigações da Polícia Civil, o avanço mais consistente no caso aconteceu em março de 2019, quando Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos no Rio de Janeiro. O primeiro é acusado de ter atirado em Marielle e Anderson, o segundo, de dirigir o carro usado no assassinato. Quatro anos depois, eles continuam presos, mas não foram julgados. Os dois estão em penitenciárias federais de segurança máxima.
Ronnie foi condenado a 13 anos, 6 meses e 22 dias pela posse de 117 fuzis e farta munição, que foram encontrados na casa do seu amigo Alexandre Motta de Souza na semana de sua prisão. A apreensão é a maior já realizada no estado do Rio de Janeiro. Os fuzis, sem os canos, estavam desmontados dentro de caixas.