Thiago Gibi tinha mandado de prisão em aberto desde 2019

O miliciano Thiago Silva Martins, o Thiago Gibi, foi preso em uma academia de musculação em Seropédica, na Baixada Fluminense, na noite desta terça-feira por agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Homem de confiança de Danilo Dias de Lima, o Tandera, criminoso mais procurado do Rio, Gibi tinha como áreas de atuação as cidades de Seropédica e Itaguaí, segundo informações da Polícia Civil.
Contra Thiago Gibi, havia um mandado de prisão preventiva em aberto desde 2019, por constituição de milícia privada. Sua atuação englobava a prática de extorsões e homicídios, assim como a transmissão de informações aos milicianos do mesmo grupo, de acordo com a Polícia Civil.
Ele, que chegou à Draco, na Cidade da Polícia, de camisa regata, bermuda e tênis, também foi integrante da chamada “Liga da Justiça”, milícia que deu origem ao grupo criminoso que atua principalmente na região de Campo Grande, na Zona Oeste.

Milícia de Tandera: mortes com requinte de crueldade
Criminoso mais procurado do Rio, segundo o portal Procurados, do Disque Denúncia, Danilo Dias Lima, o Tandera, é considerado foragido da Justiça desde 2016, quando evadiu uma unidade prisional em Benfica, na Zona Norte do Rio.
Em denúncia do Ministério Público contra a milícia comandada por ele, foram disponibilizados vídeos, imagens e relatos da violência praticada pelo grupo paramilitar, atuante na Baixada Fluminense, principalmente nas cidades de Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu. Entre os registros, há cenas de decapitação, mortes à bala, amputação, humilhação e zombaria das vítimas.
Por pouco mais de dois minutos, por exemplo, um vídeo revela a decapitação de seis jovens em 2018. Outro material mostra a morte de dois rapazes, em 2020, baleados na cabeça por terem cometido roubos nas regiões dominadas pelo grupo.
Os vídeos mostram o antes, o durante e o depois das execuções, feitas, segundo a investigação, para amedrontar e controlar moradores, além de intimidar rivais. Os conteúdos foram encontrados pelo MP a partir do armazenamento pessoal, em celulares e computadores, de integrantes da milícia.
No material de 2018, o próprio Tandera aparece decapitando um dos jovens ainda vivo. Depois, todos os corpos foram enfileirados, e as cabeças, colocadas entre as pernas de cada um. O miliciano chega a tirar uma “selfie” com os corpos ao fundo. Já no de 2020, ele aparece virando a cabeça de um dos mortos com o pé; o tênis de marca que usava, inclusive, o fez ser identificado durante a investigação.
As áreas de atuação de Tandera — após romper com seu maior aliado, Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em 2021 — passou a englobar territórios que invadiu, que eram controlados pelo rival.
Conforme reforça o portal Procurados, do Disque Denúncia, a suspeita é que Tandera lave dinheiro da atividade criminosa da milícia, adquirindo bens de luxo, como mansões, cavalos de raça, carros, entre outros.