Jornal Povo

Jovem morto ao lado da família, em Niterói, se passou por PM para enganar traficantes

Lucas Lopes da Silva, o Naíba, considerado chefe do tráfico no Morro do Castro, é apontado pelas investigações como o mandante da execução

Filipe Rodrigues e Rayssa dos Santos Ferreira com o filho — Foto: Reprodução

No último dia 18/03, três pessoas de uma família foram brutalmente assassinadas a tiros dentro de um carro em Niterói. Após analisar mensagens de Whatsapp no celular da vítima, Filipe Rodrigues (24), a polícia verificou que o motorista de aplicativo tentava enganar os traficantes do Castro se passando por um PM.

Lucas Lopes da Silva, o Naíba, considerado chefe do tráfico no Morro do Castro, é apontado pelas investigações como o mandante da execução. Ele e o comparsa Wesley Pires da Silva Sodré teriam descoberto que o jovem de 24 anos nunca tinha sido policial e decidiram matá-lo.

Segundo a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, Filipe cobrou R$ 50 mil dos criminosos para identificar um suposto informante que estaria vigiando o tráfico na localidade.

Pelo menos R$ 11 mil foram pagos, em duas parcelas. No dia 17 de março, Filipe foi avisado por Naíba que Wesley entregaria o resto do pagamento, os R$ 39 mil, em um local ainda a ser combinado. No entanto, o encontro não passava de uma emboscada.

Os criminosos mudaram o local para a entrega do dinheiro diversas vezes por Wesley, visando direcionar Filipe até a comunidade do Castro. Ele foi com a mulher e o filho de colo, e todos acabaram alvejados por mais de 20 tiros.

“Sou soldado. Quem tem que resolver tudo aqui na guarnição sou eu. A diferença é que fui envolvido em vários bagulhos de contravenção, jogo do bicho, maquininha. Os caras aqui confiam em mim para lidar com o arrego”, dizia uma das mensagens enviadas por ele.