
Nesta quinta-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a operação “Teatro Invisível” e desarticulou uma quadrilha especializada em criar e divulgar notícias falsas contra candidatos a prefeito em várias cidades do estado do Rio de Janeiro. O foco principal da operação foi São João de Meriti, na Baixada Fluminense, mas o grupo atuava em mais de 10 municípios.
Quatro pessoas foram presas e encaminhadas à Superintendência da PF no Rio de Janeiro. Além dos mandados de prisão preventiva, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, e determinado o bloqueio judicial de bens dos investigados no valor de R$ 1 milhão para cada um.
A investigação revelou que o esquema, que começou pelo menos em 2016, envolvia a contratação de indivíduos para espalhar desinformação em pontos de grande circulação, como pontos de ônibus e mercados. O objetivo era prejudicar candidatos a prefeito e beneficiar os adversários dos contratantes.
Os membros da quadrilha, muitos dos quais já ocuparam cargos públicos, utilizavam “laranjas” para manter o controle sobre suas funções durante o período eleitoral. A operação também identificou que os propagadores de notícias falsas recebiam R$ 2 mil por mês, enquanto os coordenadores ganhavam R$ 5 mil mensais e eram, muitas vezes, contratados pela Prefeitura Municipal.
Os investigados enfrentam acusações de organização criminosa, lavagem de dinheiro, assédio eleitoral e crimes relacionados à propagação de desinformação, conforme previsto no Código Eleitoral.
A operação foi conduzida pela Divisão de Repressão a Crimes Eleitorais (DRCE) e pela Delegacia de Direitos Humanos e Defesa Institucional (Delinst) da PF, com apoio do Ministério Público Eleitoral (MPE). A Polícia Federal ainda não divulgou os nomes dos envolvidos na operação.