
Volta Redonda, RJ – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) conseguiu, mais uma vez, adiar o cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecido com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para a redução da poluição em Volta Redonda. O novo prazo, que se estende até 2026, foi acordado após a empresa não ter atendido as exigências de modernização de equipamentos para diminuir a emissão de poluentes.
O TAC, assinado em 2018, estabelece metas e prazos para que a CSN possa remediar os danos ambientais causados ao longo dos anos. Este é o quarto descumprimento do acordo pela siderúrgica, que já havia sido multada em R$ 7.545.179,38 no ano passado por não cumprir as obrigações.
A prorrogação do prazo foi aprovada por unanimidade pela Comissão Estadual de Controle Ambiental, com a justificativa de que a CSN ainda precisa concluir algumas obrigações. A poluição causada pela empresa, especialmente o “pó preto”, continua a ser uma preocupação para os moradores de Volta Redonda, que realizaram diversas manifestações exigindo ações efetivas para mitigar o problema.
Em uma nota enviada à TV Globo, a CSN afirmou que está investindo R$ 1,3 bilhão em tecnologias para reduzir a emissão de poluentes. No entanto, a cidade continua a sofrer com os efeitos da poluição, que impacta diretamente a saúde da população, aumentando a incidência de doenças respiratórias.
Recentemente, o estado do Rio de Janeiro regulamentou os padrões de qualidade do ar, incluindo o monitoramento do “pó preto”, material produzido pela CSN. O decreto, assinado pelo então governador em exercício, determina que o Inea divulgue diariamente os índices de qualidade do ar e amplie as estações de monitoramento.
A preocupação dos moradores é evidente, conforme relatos de cidadãos que enfrentam problemas como ruas e casas sujas e crises de asma. “A poluição afeta nossa qualidade de vida. A gente lava a roupa e ela volta suja. É insustentável”, afirmou Thais Vasconcellos, fisioterapeuta da região.
Com a nova prorrogação do TAC, a esperança dos moradores é que a CSN cumpra suas obrigações e que as autoridades intensifiquem a fiscalização, garantindo um ambiente mais saudável para a população. A luta por um Volta Redonda livre de poluição continua.