
A Justiça Federal suspendeu por 90 dias o processo que contesta a desapropriação e o leilão do terreno do Gasômetro, onde o Flamengo pretende construir seu novo estádio. A decisão foi tomada pelo juiz Mauro Luis Rocha Lopes, da 2ª Vara Federal do Rio, atendendo a um pedido conjunto feito pelo clube, pela Prefeitura do Rio, pela Advocacia Geral da União (AGU) e pela Caixa Econômica Federal.
O objetivo da suspensão é permitir que as partes avancem nas negociações em busca de uma solução consensual para o impasse. A mediação será conduzida pela Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Pública Federal (CCAF) da AGU, que atua na prevenção e solução de conflitos envolvendo órgãos da administração pública federal, autarquias e fundações federais.

O terreno em questão foi cedido pela União ao município em 2013, sob regime de aforamento em condições especiais. Posteriormente, a área foi negociada com um fundo de investimentos da Caixa. Após a publicação do decreto de desapropriação, a Caixa contestou judicialmente o ato, alegando que o valor pago pelo Flamengo, de aproximadamente R$ 138 milhões, foi inferior ao valor real do terreno, estimado pelo banco em cerca de R$ 240 milhões.
A decisão do juiz destaca a importância de buscar uma conciliação para evitar conflitos judiciais prolongados e complexos. Durante o período de suspensão, as partes deverão apresentar relatórios sobre o andamento das negociações. Caso não haja acordo dentro do prazo estipulado, o processo poderá ser retomado.
O Flamengo, que busca construir um estádio próprio, vê a área do Gasômetro como ideal para seu projeto, que visa atender às demandas do clube e de seus torcedores. A expectativa é que as negociações avancem e se chegue a um consenso que permita a continuidade do projeto sem novos entraves judiciais.