O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o deputado estadual Renato Machado (PT) como mandante do assassinato do jornalista Robson Giorno, proprietário do jornal “O Maricá”, que foi morto a tiros em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, em 2019. A denúncia aponta que a insatisfação do parlamentar com reportagens publicadas por Giorno, que insinuavam um suposto caso extraconjugal, motivou o crime.
De acordo com a denúncia, Renato Machado é acusado junto com outras três pessoas de terem planejado a execução do jornalista. O crime ocorreu quando Giorno saía de casa e foi surpreendido por um homem encapuzado que disparou os tiros. Na época, a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSG) afirmou que o assassinato foi uma emboscada cuidadosamente planejada. A delegada Bárbara Lomba, que estava à frente das investigações, descreveu o ato como uma execução: “Eles estavam esperando que a pessoa viesse e fosse executada. Foi uma emboscada”.
A informação sobre a denúncia foi inicialmente divulgada pelo RJTV, da TV Globo. O MPRJ alega que a motivação para o crime está diretamente ligada às reportagens que Giorno publicou, expondo situações que prejudicavam a imagem de Machado. As investigações apontaram que o deputado e seus cúmplices estavam insatisfeitos com as revelações feitas pelo jornalista, o que teria levado ao ato violento.
Além do homicídio, o deputado já enfrentava outras denúncias. Em julho, o MPRJ o acusou de enriquecimento ilícito, afirmando que irregularidades ocorreram enquanto ele era presidente da Empresa Pública de Obras de Maricá. As denúncias incluem organização criminosa, desvio de dinheiro público, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro. As investigações indicaram que Machado comprava terrenos a preços baixos, utilizava a estrutura da Prefeitura para valorizá-los e posteriormente os vendia a preços elevados. A Prefeitura de Maricá, segundo as apurações, teria adquirido terrenos de pessoas ligadas ao deputado por valores superiores ao mercado.
Renato Machado se defendeu publicamente, afirmando que seu patrimônio é resultado de trabalho árduo ao longo de sua vida e que toda a sua movimentação financeira é transparente e de conhecimento das autoridades. Ele negou as acusações de enriquecimento ilícito, defendendo-se de qualquer irregularidade.
Com a nova denúncia de homicídio, a situação de Renato Machado se torna ainda mais complicada, enquanto o MPRJ avança nas investigações e busca responsabilizar os envolvidos no crime que chocou a comunidade local. O caso ainda repercute, levantando questões sobre a segurança dos jornalistas e a liberdade de imprensa na região.
