Movimentação envolve presos de facções e neutros em nova megaoperação da Secretaria de Administração Penitenciária

A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) realizará, nesta sexta-feira (27), mais uma megatransferência de detentos dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Desta vez, 2.050 presos serão realocados do Instituto Penal Benjamin de Moraes Filho para o Instituto Penal Vicente Piragibe, ambos localizados a cerca de 350 metros de distância, ainda dentro dos muros do complexo. A operação conta com o apoio de 250 policiais penais e faz parte de uma série de mudanças estruturais e operacionais em andamento no sistema prisional.
O Instituto Vicente Piragibe, recentemente reformado, passará a abrigar presos classificados como “neutros”, ou seja, aqueles que não pertencem a nenhuma facção criminosa. Segundo a Seap, esta realocação faz parte de uma estratégia de gestão para reorganizar os presídios e garantir a separação adequada entre presos de facções e os que não estão envolvidos em organizações criminosas.

Mudanças contínuas no Complexo de Gericinó
A última grande transferência dentro do Complexo de Gericinó ocorreu no dia 6 de setembro, quando 1.063 detentos foram movidos do Instituto Penal Vicente Piragibe para o Presídio Moniz Sodré. A mudança foi necessária devido a reformas estruturais no Vicente Piragibe, tradicionalmente conhecido por abrigar criminosos condenados ligados à facção Comando Vermelho. Durante essas obras, a Seap também descobriu um túnel que seria utilizado para uma fuga em massa, o que reforçou a necessidade de uma intervenção emergencial.
Após a descoberta do túnel, 15 detentos foram imediatamente transferidos para uma unidade de segurança máxima, a fim de conter qualquer tentativa de fuga e prevenir novas articulações. Agora, com a conclusão das obras no Instituto Vicente Piragibe, a Seap iniciará o processo de devolução dos presos que estavam temporariamente no Presídio Moniz Sodré ao Instituto Penal Benjamin de Moraes Filho.
Reestruturação e segurança
Essas movimentações fazem parte de um esforço maior da Seap para aumentar a segurança e a capacidade de monitoramento dentro dos presídios fluminenses. A reestruturação das unidades visa, além de prevenir fugas, melhorar a separação entre diferentes perfis de detentos e otimizar o espaço disponível para cada grupo.
O Instituto Vicente Piragibe, em especial, foi alvo de reformas profundas, o que permitiu a reconfiguração das áreas de confinamento e a adoção de novos protocolos de segurança. Já o Instituto Penal Benjamin de Moraes Filho, que abrigava os presos transferidos nesta nova operação, deverá receber detentos de outras unidades, conforme a reorganização do complexo continua.
Perspectivas
Com a conclusão das reformas e transferências, a Seap espera otimizar as condições de encarceramento e aumentar a eficácia das medidas de segurança dentro do Complexo de Gericinó. O secretário de Administração Penitenciária destacou que as operações de transferência e reestruturação estão ocorrendo de maneira planejada, para minimizar riscos e garantir que o sistema prisional continue funcionando de maneira eficiente e segura.
Esse processo, porém, está longe de ser concluído. Novas transferências e ajustes no sistema prisional do Rio de Janeiro devem ocorrer nos próximos meses, como parte de um plano estratégico mais amplo para modernizar as unidades prisionais e combater as tentativas de fuga e outros crimes organizados dentro das prisões.