
DELEGADO PEDRO EMÍLIO BRAGA, DA 123ª DP, APONTA UMA DAS HIPÓTESES DO ACIDENTE NO TERMINAL DE CABIÚNAS QUE ATINGIU RAFAELA ARAÚJO, DE 27 ANOS
A engenheira Rafaela Martins de Araújo, de 27 anos, morreu após ser atropelada por um rolo compressor em uma obra da Petrobras, em Macaé, no Norte Fluminense. A Polícia Civil investiga as causas do acidente fatal.
O delegado Pedro Emílio Braga, da 123ª DP, vê, como uma das hipóteses, falha mecânica no rolo compressor que a atingiu. Tenta-se descobrir o que fez com que a pesada máquina não freasse; aparentemente, ela estava desgovernada, saindo da via em que trafegava.
Rafaela foi ferida após ser atingida pelo maquinário ao chegar para trabalhar, na última segunda-feira. A engenheira foi socorrida e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Lagomar, no município, onde foi constatado óbito.
FORMAÇÃO
Rafaela era funcionária da MJ2 Construções, uma empresa terceirizada que presta serviços à Petrobras. Ela trabalhava como engenheira civil na companhia desde dezembro de 2020. No currículo, as experiências anteriores foram na MRV, como estagiária, por 2 anos, e como auxiliar de engenharia, por 7 meses. Ela se formou em Engenharia Civil pela Universidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo, em 2019.

Em outras fotos, Rafaela Martins, a cerca de um ano atrás, aparece na Fazenda Severina, localizada em Barra de Macaé (RJ). No local funciona a Termomacaé Ltda., uma subsidiária da empresa brasileira de energia Petrobras. Na obra em questão eram feitos serviços de adequação da central de armazenamento temporário de resíduos. A jovem engenheira era a responsável técnica da construção.
MINUTOS ANTES
O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Sérgio Borges Cordeiro, esteve no local do acidente. Ele disse que, no momento do atropelamento, o equipamento estava se deslocava para fazer o abastecimento, e transitava próximo à entrada da área de galpão de resíduos. Rafaela fazia seu trajeto para ir trabalhar.
Segundo Cordeiro, no local onde aconteceu o caso não havia separação de acesso de pedestres e de máquinas. No entanto, afirmou que a engenheira estava caminhando numa área considerada segura e chegou a ser avisada por um batedor, que acompanhava o equipamento em auxílio ao condutor, de que uma máquina estava a caminho.
Ela teria se abrigado perto de uma árvore, que posteriormente foi derrubada pela máquina. Depois do atropelamento, o maquinário foi parar em um barranco. O condutor do equipamento, transtornado e abalado emocionalmente precisou ser hospitalizado, segundo Cordeiro.
INVESTIGAÇÃO
Segundo a polícia, a principal hipótese para o atropelamento foi falha mecânica no rolo compressor que atingiu a engenheira. O delegado Pedro Emílio Braga conta que foram realizadas oitivas de testemunhas. No entanto, ainda é necessário mais elementos para entender se houve alguma negligência ou imperícia. O local já passou por perícia. A Polícia Civil investiga o caso através da 123ª DP (Macaé).
A Petrobras informou que vai criar uma comissão para acompanhar o caso. O mesmo será feito pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF).

A DESPEDIDA
O sepultamento foi realizado em Suzano na tarde de terça-feira, dia seguinte ao acidente. Natural da cidade da região metropolitana de São Paulo, a família da engenheira reside no local.
O QUE DIZ A PETROBRAS?
Desde o caso, a Petrobras emitiu duas notas oficiais. Em uma delas, a empresa informou sobre a morte de Rafael “em decorrência de um acidente com maquinário na estrada de acesso aos galpões do terminal de Cabiúnas, em Macaé”, diz em trecho.
A empresa disse que vai criar uma comissão interna para investigar as causas da morte da engenheira: “A família da vítima está recebendo assistência da Petrobras e da empresa MJ2. A Petrobras comunicou os órgãos competentes e irá formar uma comissão para investigar as causas do triste ocorrido”, disse em outro comunicado.