
TRINCHEIRAS EM CHAMAS NOS ACESSOS À COMUNIDADE
A Polícia Civil do RJ iniciou nesta quinta-feira (10) a Operação Êxodo, a fim de prender os chefes do tráfico do Complexo de Israel, na ZONA NORTE DO RIO DE JANEIRO. Há relatos de confronto, trincheiras em chamas foram flagradas nos acessos à comunidade.

MANSÃO CONTA COM LAGO ARTIFICIAL
Agentes de diversas delegacias especializadas prenderam 8 pessoas. O objetivo é cumprir 15 mandados de prisão e 8 de busca e apreensão. Um dos alvos é Alvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do Terceiro Comando Puro com 35 anotações criminais em sua ficha. Já foi investigado, indiciado e denunciado, mas até hoje não foi preso. Os policiais chegaram até dois imóveis dele. Um deles tem até um lago artificial. A polícia teve a informação de que Peixão estaria em uma das casas, mas ele conseguiu escapar.
“Conseguimos prender pessoas importantes que fazem parte, inclusive como braço de guerra dessa organização criminosa. Até o fim do dia e nos próximos dias, estaremos no encalço dele”, afirmou o delegado Fábio Asty, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC).
Um dos focos da ação é uma quadrilha investigada por roubo de cargas. Por causa da troca de tiros, a circulação dos trens ficou prejudicada no ramal Saracuruna, que só voltou a funcionar quando os tiros diminuíram. Por segurança, 2 unidades de saúde fecharam e uma Clínica da Família paralisou as atividades externas.
QUARTA À NOITE: O CERCO SE FECHA
Equipes lideradas pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) concentram nesta quinta as buscas em Lucas e em Vigário. Mas o cerco foi montado ainda na noite desta quarta-feira (9), quando carros descaracterizados chegaram ao complexo.
Participam da operação agentes do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE); Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC); Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB); Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI); Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
PRESOS EM MOTEL
Quatro criminosos conseguiram escapar do cerco e tentaram se esconder em um motel às margens da Avenida Brasil, mas foram presos por policiais militares do 16º BPM (Olaria). Eles conseguiram escapar do cerco e se esconderam no local.
“Fizemos o cerco e tivemos a informação de que elementos do tráfico de drogas oriundos de Parada de Lucas estariam homiziados no motel. Determinei as equipes para fazerem buscas no local e identificamos 4 elementos no estabelecimento. Um deles era, inclusive, do Estado da Bahia. Eles estavam com 3 meninas também, uma delas menor”, disse o tenente-coronel Bruno Schorcht.
EM AQUÁRIO DE LUXO, TODO PEIXE É UM PEIXÃO!
Em 2020, durante a pandemia, PEIXÃO BATIZOU DE COMPLEXO DE ISRAEL a região da Cidade Alta, Vigário Geral, Parada de Lucas, Cinco Bocas e Pica-pau, comunidades margeadas pela Avenida Brasil e onde vivem 134 mil pessoas.
O traficante mandou espalhar pela área dominada a estrela de Davi, um símbolo judaico muito utilizado por determinadas vertentes evangélicas, e expulsou seguidores de religiões de matriz africana.

Um relatório da Polícia Civil descreve Peixão “como o mandante de homicídios, torturas, invasões armadas a imóveis e regiões dominadas por facções rivais”. Além disso, “montar e administrar toda a sistemática das arrecadações dos alugueis e taxas de funcionamento de comércio e serviços no Complexo de Israel”.
A quadrilha de Peixão é investigada por organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. O processo tramita na Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.