MANDADO DE PRISÃO PREVENTIVA FOI EXPEDIDO PELA JUSTIÇA
Acusado de agredir com um cassetete um idoso que atua como protetor de gatos na Gávea, Zona Sul do Rio, equipes da 15ª DP (Gávea) da Polícia Civil procuram por Carlos Henrique Macário Morais, conhecido como Chincha, para cumprimento de mandado de prisão preventiva.
Os agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão expedido pela 2ª Vara Criminal da capital na casa de Morais, que foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado. O crime ocorreu no último dia 3, na Avenida Padre Leonel França, onde funciona o espaço. Sem ser localizado, nesta segunda-feira, Morais é considerado foragido.
No dia das agressões, Carmo Souza Dias dos Santos, de 64 anos, estava no gatil onde cuida dos animais quando foi surpreendido por Morais, que estava munido com um cassetete, deixando o idoso, de 64 anos, ficou em estado grave, como foi registrado por câmeras de segurança do local. Mas apenas parte da ação foi gravada devido à falha no equipamento.
Segundo as investigações da Polícia Civil, a cargo da delegada Flávia Monteiro Barros, o suspeito desferiu entre 10 e 20 golpes contra o idoso. As agressões continuaram mesmo depois de a vítima ter caído no chão, sem chance de defesa. Devido à intensidade dos golpes, Santos, que foi socorrido em estado grave, sofreu hemorragia interna e rompimento do baço, que precisou ser retirado em uma cirurgia de emergência.
Os homens são vizinhos. De acordo com Carmo, as agressões começaram após um desentendimento entre os dois porque ele estava ajudando um homem em situação de rua, com doação de uma quantia em dinheiro, relatou o idoso:
— Quando estava indo dar ração para os gatos, como todo dia, encontrei um rapaz de rua. Ele sempre pede ajuda, então resolvi ajudá-lo e ele foi me acompanhar (em um dos acessos do prédio onde fica o gatil) até eu pegar a carteira no carro (estacionado no prédio). Eu fui alimentando os gatos e conversando com ele, sobre como ele chegou nessa situação e se tinha alguma forma de ajudá-lo, mas chegando no gatil, comecei a ouvir uma discussão. Era o meu vizinho discutindo com ele (o homem levado por Carmo). Eu disse que ele estava comigo e já iria sair. Aí ele começou a discutir comigo, falou que eu não era o dono dali; respondi que ele também não era o dono e que eu já ia sair com o rapaz, que só estava me esperando enquanto eu cuidava dos gatos lá dentro — conta Carmo, relatando qual teria sido o suposto motivo das agressões.
Ainda de acordo com a polícia, Morais também fez ameaças a Carmo e, depois, retornou ao local para tirar fotos. As investigações apontam que o suspeito “sempre demonstrou descontentamento em relação ao gatil”, trabalho iniciado em 2020, por Carmo e sua esposa, Adriana Santos, O espaço funciona para cuidado e controle da colônia de gatos que reside no condomínio onde moram.
Vizinhos relatam que, Morais sempre foi uma pessoa agressiva e visivelmente instável, que intimidava e ameaçava outros moradores, inclusive portando uma arma de fogo. Além de tentativa de homicídio, o homem responde pelos crimes de ameaça, maus-tratos a animais e violação ao Estatuto do Idoso. Morais já tinha quatro passagens pela polícia por lesão corporal e ameaça.
