
CRIME QUE LEVOU A PRISÃO DO EX-JOGADOR VIRA TEMA DE DOCUMENTÁRIO DO GLOBOPLAY
Condenados por estuprar uma mulher em 2013 na Itália. A prisão de Robinho, ex-atacante do Santos e da seleção brasileira foi condenado a nove anos e de Ricardo Falco em março, não significou o fim dessa história. Quatro amigos do ex-jogador, presentes na noite do crime, foram denunciados pelo Ministério Público italiano, mas não foram a julgamento.
Como conta “O caso Robinho”, que acaba de estrear no Globoplay, eles voltaram para o Brasil durante as investigações e não foram notificados. O documentário mostra ainda que alguns deles tiveram suas conversas interceptadas pela polícia após a denúncia de estupro.
Enquanto Robinho e Falco cumprem a pena de nove anos de prisão, Alexsandro Silva, Clayton Santos, Rudney Gomes e Fábio Galan seguiram com suas vidas. Uns mais discretos, outros nem tanto. Eles não foram a julgamento e vivem no litoral de São Paulo.
Sem receber notificação, não viraram réus. Mas isso não impede que um novo julgamento seja feito, mesmo que no Brasil — apesar de essa possibilidade exigir um trabalho conjunto e iniciativa das autoridades brasileiras.

FARRA, PRAIA E CERVEJA: RODAS DE SAMBA NA BAIXADA SANTISTA
Clayton é integrante do grupo de pagode Pé de Cachorro, que toca em bares da Baixada Santista. No último dia 20, eles se apresentaram em Praia Grande. Em junho, a banda era atração fixa, com o amigo de Robinho nos vocais, toda sexta-feira no bar Wall Street, em Santos. “Coisa linda ontem”, comentou Clayton na rede social do grupo depois de uma dessas apresentações.
Citado pelo ex-jogador numa das conversas interceptadas pela polícia italiana “Claytinho que comeu a mina. Quem eu lembro, porque também faz muito tempo. Claytinho rangou”, disse Robinho na escuta, ele mantém seu perfil com mais de 20 mil seguidores no Instagram trancado.
Clayton Santos e Rudney Gomes, que comemorava aniversário na noite do estupro, aparecem juntos no podcast de Vicentino Bravo, no Youtube, transmitido em agosto do ano passado. Eles dão entrevista e tocam ao lado de outros sambistas do Pé de Cachorro. É o último registro de Rudney, de 45 anos, também como integrante do grupo de pagode.
Dos três perfis que tinha no Instagram, apenas um deles está ativo e aberto, mas sem nenhuma atualização desde março. Atualmente vive em São Vicente, ele é casado e pai de duas crianças. “O senhor é meu pastor e muita prosperidade vai nos dar”, consta na descrição de sua página na rede social.

PASSADOS MAIS DE DEZ ANOS DO ESTUPRO, FICA A QUESTÃO: ELES AINDA SERÃO JULGADOS?
Outro que estava presente na noite do estupro na Itália é Alexsandro Silva. O documentário “O caso Robinho” mostra que o personal trainer atualmente bate ponto numa das praias de Santos, onde mantém uma rede de futevôlei. Seu perfil no Instagram é trancado e tem entre seus seguidores o jogador Yuri Lima, pai do filho da cantora Iza.
No fim de setembro, Diego, amigo e ex-companheiro de Robinho no Santos, esteve com o jogador para uma partida de futevôlei na Baixada
“Como vai terminar? Eles podem ser inocentados? Claro que podem. Mas também podem ser condenados pelo mesmo crime. Nós acreditamos nisso. Nós os denunciamos por isso e esperamos por isso. Até lá o processo fica parado, suspenso. Mas esperamos que seja retomado o quanto antes”, diz Jacopo Gnocchi no documentário “O Caso Robinho”.

SEGUIDO POR NEYMAR NO INSTAGRAM
Amigo de infância de Robinho, Fábio Galan, de 40 anos, mantém seu perfil no Instagram trancado. Entre seus mais de oito mil seguidores, está Neymar.
Em junho, foi apurado que Fábio constava como funcionário do Instituto do craque, em Praia Grande, desde 2015.
A assessoria do jogador foi procurada para saber se Galan segue no quadro de funcionários, mas não obteve resposta. Formado em Educação Física, ele ainda trabalha para a Prefeitura de São Vicente após ser aprovado num concurso público.
É ele, aliás, quem aparece ao lado de Robinho numa imagem que viralizou em novembro de 2022 numa manifestação a favor de Bolsonaro. Galan aparece atrás do amigo, que estava com uma bandeira do Brasil escondendo o rosto, segurando um cartaz no qual se lia “intervenção federal”.