FLAMENGO SE TRANSFORMA SOB O COMANDO DE FILIPE LUÍS
O técnico Filipe Luís conseguiu avanços significativos no seu plano de trabalho, e os 3 a 1 impostos sobre o Atlético-MG, no jogo de ida das finais da Copa do Brasil, no Maracanã, mostram que a vitória passou mais pelas ideias que ele levou para o duelo do que pela atuação deste ou daquele jogador. Incluindo a de Gabriel Barbosa, o artilheiro do jogo, com dois gols.
Começam a surgir referências estratégicas antes ofuscadas e o Flamengo se revigora para delírio de seus torcedores. A exuberância do futebol de Léo Ortiz, apesar da falha no gol de Alan Kardec; a eficiência de Wesley na ligação com o ataque, quebrando linhas na construção em velocidade pelo meio; e as lideranças técnica e disciplinar de Gerson, um maestro versão 2024; reconfiguraram o Flamengo de tal forma que dá gosto de ver.
É claro que Arrascaeta, Gabriel Barbosa, Gonzalo Plata e Michael foram incisivos e decisivos neste jogo de ida. Mas a essência do futebol que o time joga hoje está na boa qualidade da saída de bola para o ataque, onde se pode ver também a eficácia de Léo Pereira.
Foi apenas o sétimo jogo sob o comando do ex-lateral-esquerdo. Mas os números apontam para um novo perfil. São dez gols feitos e seis sofridos em quatro vitórias, dois empates e uma derrota — o 0 a 2 para o Fluminense. No site que antecederam sua chegada, com Tite na direção, o Flamengo fez só seis e sofreu sete, vencendo dois jogos, perdendo três e empatando dois. E com um detalhe relevante: jogando no estilo que a maioria dos torcedores deseja. A ideia de levar a campo um time que ocupe o campo adversário com sete ou oito jogadores talvez seja o maior trunfo de Filipe Luís.
No jogo deste domingo, por exemplo, era o finalista da Copa Libertadores. Na semana anterior foi semifinalista da Copa Sul-Americana. E tendo entre eles, na quarta-feira, o agora embalado Internacional, em Porto Alegre, de onde por pouco não retornou com os três pontos.
Se o Flamengo conseguir defender a vantagem de dois gols construída nos 3 a 1, não sabemos. Mas que os mais de 60 mil rubro-negros saíram do Maracanã com o gostinho do título na garganta, não tenho a menor dúvida.