Jornal Povo

AMBULANTE VÍTIMA DE ADENILSON, FILHO DE MAGUILA, PRESTOU DEPOIMENTO À POLÍCIA

Vítima das agressões se chama Osvaldo De Souza, de 41 anos — Foto: Reprodução

FILHO DO EX-PUGILISTA AGREDIU UM VENDEDOR AMBULANTE NA BARRA FUNDA, ZONA OESTE DE CAPITAL PAULISTA

Para a vítima, Adenilson Lima, tinha a intenção de tirar a sua vida, já que em momento algum parou as agressões por conta própria, somente com a interferência dos populares.

As agressões “continuaram até que estivesse prestes a perder a consciência, somente parando com a interferência dos populares que pediam veementemente para que ele parasse, inclusive, com a batida da sua cabeça no chão”, diz o texto do depoimento de Osvaldo à polícia.

Quando questionado pela polícia sobre se em algum momento Maguila disse que o iria matar, Osvaldo afirmou que não.

O caso foi registrado como lesão corporal no 2° Distrito Policial (DP), no Bom Retiro. “A vítima foi orientada quanto ao prazo de representação criminal contra o autor”, diz nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP) ao Metrópoles. Já o depoimento foi feito no 23º DP, em Perdizes.

Após a agressão, o ambulante foi encaminhado ao Pronto Socorro Municipal Dr. Lauro Ribas Braga, em Santana. Ele foi submetido também ao Instituto Médico Legal (IML), para exame de corpo de delito.

Osvaldo, que atua há aproximadamente três anos no entorno da casa de eventos com a venda de bebidas em um carrinho de mão, há cerca de cinco meses um segurança conhecido como “Carioca” passou a trabalhar no local. Ele, diferentemente dos outros seguranças que atuavam uniformizados naquele estabelecimento, “logo que chegou, demarcou a calçada no entorno do estabelecimento, ordenando aos ambulantes que se mantenham no limite por ele estabelecido em via pública”.

Segundo o ambulante, carioca se dizia policial e estava sempre armado. O filho de Maguila, Adenilson Lima, teria passado a atuar logo após Carioca como “segurança secundário” do espaço, e era subordinado a ele.

Para a vítima, ambos passaram a “oprimir” os vendedores ambulantes da região, ordenando os locais que podem ou não ficar, “simplesmente controlando a via pública”, segundo o texto policial.

No último domingo (3/11), Osvaldo contou que parou o seu carrinho de mão fora do limite estabelecido por Carioca. Então, ele veio ao seu encontro e passou a proferir diversas falas ameaçadoras, lhe constrangendo a obedecê-lo sob pena de não poder trabalhar mais no local. Ainda naquele episódio, ele tirou uma foto do seu rosto.

Filho de Maguila espanca vendedor ambulante em frente a casa de show em SP — Foto: Reprodução

AGRESSÃO

No dia da agressão, nessa quarta, Osvaldo chegou na região para trabalhar por volta de 15h. Enquanto procurava um local para trabalhar, o segurança Carioca chegou ao local e passou a mostrar a foto do ambulante para os demais vendedores, enquanto os expulsava de lá, afirmando a eles que não poderiam trabalhar naquela região — demarcada por ele como anteriormente permitida — devido a Osvaldo. Os relatos estão no depoimento à polícia.

Tentando resolver a situação, Osvaldo disse que foi tentar se desculpar com Carioca por desobedecê-lo na semana anterior, uma vez que havia parado o seu carrinho fora do local por ele demarcado. Porém, logo quando pediu desculpas, Carioca teria dito: “Sai daqui!”. Nesse momento, Maguila surgiu e passou a lhe agredir.

No depoimento, Osvaldo contou que foi derrubado no chão por Maguila, que desferiu diversos golpes em sua face, inclusive, com algum objeto nas mãos. Ele ainda disse que o ex-lutador o fazia sob a supervisão de Carioca, que ficou ao lado observando as agressões — o que indica que Maguila teria sido orientado a lhe agredir.

Maguila só parou as agressões porque foi segurado por populares e demais vendedores. Procurada, a assessoria do Espaço Unimed afirma que o incidente ocorreu na frente da casa e os profissionais envolvidos não trabalham no local. A casa disse, ainda, que “reprova veementemente qualquer forma de violência”.

“Peço que respeitem” — Disse em nota, assinada pela viúva do ex-boxeador, morto em 24/10, Irani Pinheiro. Já o Instituto Adilson Maguila e Adenilson Lima dos Santos, optaram por não se pronunciarem e sobre o ocorrido.