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CASO TIO PAULO: SOBRINHA QUE LEVOU IDOSO MORTO A BANCO PASSOU POR PRIMEIRA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E DEFESA PEDE NULIDADE

Caso Tio Paulo: sobrinha não comparece na primeira audiência de instrução – Foto: Reprodução

ÉRIKA DE SOUZA VIEIRA NUNES, DE 43 ANOS, FOI PRESA EM FLAGRANTE NA AGÊNCIA EM ABRIL

A Justiça realizou, nesta terça-feira, a 1ª audiência de instrução de Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, que levou o tio Paulo Roberto Braga, de 68, a uma agência bancária para sacar um empréstimo de R$17 mil quando foi constatada a morte do idoso. A audiência na 2ª Vara Criminal de Bangu, como adiantou a coluna de Ancelmo Gois, é sobre o “caso tio Paulo”, que aconteceu em abril deste ano, em um banco em Bangu, Zona Oeste do Rio.

No que tange o estelionato, não houve representação da vítima, que estava morta, de nenhum de seus familiares ou do banco. O dinheiro não foi sacado. Foi aberto um prazo para o MP se manifestar e depois irá à apreciação do juiz — disse a advogada.

Sobrinha foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. E responde pelos crimes de vilipêndio de cadáver (menosprezar a pessoa morta) e estelionato, Érika não compareceu à audiência na 2ª Vara Criminal de Bangu, pois está internada desde o fim de outubro em uma clínica psiquiátrica.

Nesta primeira audiência foram ouvidas as primeiras testemunhas de acusação, como funcionários do banco onde foi atestada a morte de Paulo e os policiais militares que atenderam a ocorrência. Uma nova audiência foi marcada para fevereiro de 2025, quando serão ouvidas as últimas testemunhas de acusação e as de defesa.

Paulo Roberto foi levado à agência por Érika numa cadeira de rodas. Receosas pela saúde do idoso, que não se mexia, nem mesmo no momento de assinar o documento para validar o empréstimo, funcionárias chamaram o SAMU, que constatou a morte.

O vídeo que viralizou nas redes sociais, mostra a mulher pedindo que o tio assinasse os papéis para autorizar a retirada do dinheiro. O caso ganhou ainda mais repercussão porque foi confirmado um horário anterior à chegada ao banco.

No dia do flagrante, ela foi levada para a 34ª DP (Bangu) e, em seguida, presa. Em maio, a prisão preventiva foi revogada pela juíza Luciana Mocco, que considerou que por ela ser ré primária, ter residência fixa e não apresentar risco à ordem pública poderia responder em liberdade, com restrições.

Em outubro, a defesa de Érika tentou adiar a audiência, alegando que em outubro ela passaria por uma cirurgia e que também estava com a saúde mental debilitada. A juíza Yedda Christina Ching San Filizzola Assunção indeferiu o adiamento.