
AGENTES CUMPREM 28 MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO CONTRA INTEGRANTES DO COMANDO VERMELHO
Fernandinho Beira-Mar, Luiz Fernando da Costa, é alvo de uma operação da Polícia Civil, por meio da 60ª DP (Campos Elíseos), e do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), nesta terça-feira. Agentes cumprem 28 mandados de busca e apreensão contra o traficante e outros integrantes do Comando Vermelho acusados de roubos de carga que causaram prejuízo de cerca de R$4 milhões.
A ação é mais uma fase da Operação Torniquete. Os alvos foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) por associação para o tráfico de drogas. Até a última atualização, duas pessoas foram presas em flagrante.
Apontado como chefe da organização criminosa, Beira-Mar é um dos alvos de mandado de busca e apreensão, cumprido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, onde ele está preso. Ele comandava, da cadeia, os roubos. Após a investigação, a polícia descobriu que ele receptava e repassa informações por meio dos familiares. Segundo a Polícia Civil, as visitas à Beira-mar foram vetadas desde então.
Com 89 anotações criminais, Beira-Mar é apontado como a principal liderança nas comunidades Parque das Missões e Jardim Ana Clara, em Duque de Caxias. Segundo a denúncia do Gaeco, mesmo preso desde 2002, ele continua passando ordens ao tráfico da região.
De acordo com a denúncia, os roubos de carga só acontecem com a autorização de Beira-Mar ou de Cristiano Gregório de Lucena, vulgo Zé Galinha ou Coroa. Ele está preso na Penitenciária Moniz Sodré, em Gericinó, Bangu.
A partir da quebra de sigilo telefônico, os investigadores identificaram várias trocas de mensagens em que Zé Galinha aparece coordenando o grupo criminoso, dando ordens sobre quando os roubos de carga devem ou não ser efetuados. No dia 13 de maio de 2022, por exemplo, ele não autorizou que um comparsa realizasse o roubo de um veículo com carga avaliada em R$213 mil porque o transporte teria escolta com quatro policiais.
A operação contou com o apoio da Polícia Penal Federal e da Secretaria de Administração Penitenciária. Além de Catanduvas, os mandados expedidos pelo Juízo da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias estão sendo cumpridos na Penitenciária Moniz Sodré, Cadeia Pública Jorge Santana, no Presídio Ary Franco, na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho, no Presídio Pedro Mello da Silva, na Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha, na Penitenciária Moniz Sodré e na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho. Nas unidades, foram apreendidos seis celulares e um roteador Wi-Fi.
OS ALVOS QUE ESTÃO EM PRESÍDIOS FLUMINENSES SÃO:
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Cristiano Gregório de Lucena, o Zé Galinha, preso na Penitenciária Moniz Sodré
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Marcus Vinicius Gomes dos Santos, o TBR ou Tubarão, na Penitenciária Moniz Sodré
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Hugo da Cunha Carvalho, o Cesar ou Abraão, preso na Cadeia Pública Jorge Santana
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Jefferson Araujo Ferreira da Silva, o Piloto, preso no Presídio Ary Franco
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Lucas da Silva Costa, o Maneirinho, preso na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho
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Lucas de Oliveira Silva, o LC ou Paraíba, no Presídio Pedro Mello da Silva
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Marcos Vinícius dos Santos Silva, o Chocolate, preso na Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha
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Victor Gabriel dos Santos Ferreira, o VT, preso na a Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho
Agentes também estiveram em endereços em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; em São Gonçalo, na Região Metropolitana; e nos bairros de Caju e Madureira, na Zona Norte do Rio.
De acordo com as investigações, integrantes da quadrilha foram responsáveis por dezenas de roubos de carga ocorridos em vias expressas do Rio. O grupo é de comunidades localizadas na Baixada Fluminense — Cangulo, Rua Sete, Jardim Ana Clara e Parque das Missões — e age na Avenida Brasil, na Rodovia Washington Luiz e na Rodovia Rio-Magé.
A polícia conseguiu identificar toda a estrutura hierárquica do bando, que utilizava armas e aparelhos bloqueador de sinais. Os equipamentos são fornecidos pelo Comando Vermelho. Em troca, os assaltantes entregam 50% da renda obtida com os roubos para a facção. Outros chefes do tráfico atuam como apoio logístico, liberando espaço nas comunidades que dominam para transbordo das cargas roubadas.
INFORMAÇÕES DE EMPRESAS
Para realizar os roubos com maior chance de não serem presos, alguns integrantes da quadrilha ficam em contato com funcionários das empresas que transportam as mercadorias. São esses funcionários que passam as coordenadas sobre as cargas a serem roubadas, informando o valor da nota fiscal, o horário do transporte e dados do caminhão.
Segundo a denúncia, um dos alvos da operação, identificado como Carlos Eduardo Gomes de Oliveira, “possui informações tão precisas que é capaz de filtrar se as cargas seriam transportadas com ou sem escolta, proporcionando maior êxito ao grupo criminoso na escolha de seus alvos e na consumação do delito”.