Jornal Povo

HOMEM É ASSASSINADO POR VIZINHO DURANTE FESTA NA FRENTE DE FAMILIARES EM NOVA IGUAÇU NA BAIXADA FLUMINENSE

Rogério Bezerra da Silva foi morto com quatro tiros — Foto: Reprodução

ROGÉRIO BEZERRA DA SILVA FOI MORTO POR RUYDCLEY AMADO DE SOUZA, QUE FUGIU, SEGUNDO A POLÍCIA

No último domingo (8), Rogério Bezerra da Silva, de 35 anos, foi morto a tiros no bairro Ponto Chic, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Tudo começou após uma briga entre vizinhos, causada por um portão. Segundo informações da Polícia Civil, Ruydcley Amado de Souza presenciou a confusão entre a vítima, um adolescente — que teria batido o portão — e seu enteado, foi em casa e, três minutos depois, voltou com uma pistola e atirou contra Rogério.

O baleado ainda foi socorrido para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, mas já chegou morto à unidade, atingido por tiros na cabeça e no tórax, informa a prefeitura. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

Após efetuar os disparos, Ruydcley entrou em seu carro, que estava estacionado próximo ao local do crime, e fugiu. O delegado André Felippe Cavalcante, da DHBF, pediu a prisão temporária do suspeito nesta quarta-feira. O mandado foi expedido pela 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.

Naquela ocasião, Rogério bebia com sua mulher em um bar, próximo à casa em que morava. Em frente ao local, era realizada a festa de sua vizinha. Foi quando um menor de idade, de 17 anos, teria batido por duas vezes o portão social de onde era realizada a festa, segundo a investigação. Rogério, então, após uma reclamação da esposa, teria tomado satisfação com o adolescente, que teria respondido que bateu o portão, pois este estaria aberto. Neste momento, o jovem ainda impediu a passagem de Rogério.

O neto da dona da festa, e enteado de Ruydcley, é amigo do menor de idade, confrontado por Rogério e, ao chegar no local, teria começado a discutir com Rogério. Ruydcley então presenciou a discussão e teria ido até o local, confrontando Rogério.

A discussão até foi encerrada, mas, enquanto Rogério se virou para retornar ao bar, o enteado de Ruydcley teria aplicado um soco nas costas de Rogério, o que teria motivado uma briga. O menor de idade também tentou agredir o vizinho, mas convidados da festa interviram e terminaram a briga. Neste momento, Ruydcley, que havia ido em casa, retornou ao bar, foi até Rogério e efetuou os disparos, atingindo o peito e o rosto da vítima.

“Estava tendo uma festa, foi aniversário da sogra do Ruydcley. Um jovem passou e meu portão da garagem estava aberto, esse menino empurrou e bateu no meu portão. Meu esposo falou para ele não fazer isso e disse que iria reclamar com o pai dele. O filho da mulher do Ruydcley veio para tentar cobrir o barulho do menino, achando que meu esposo ia bater nele. Mas não, ele não ia fazer isso. Nisso, Ruydcley chegou e perguntou se meu marido ia bater no enteado dele, e ele respondeu que não”, conta a mulher da vítima, Jaqueline Martins, 39.

Ainda conforme a familiar, Ruydcley teria virado as costas e voltado em casa. Foi então que o enteado dele, por trás, bateu no rosto de Rogério e os dois começaram uma briga corporal.

“Separamos a briga, e o Ruydcley, que já tinha ido em casa, botado uma camisa, veio armado. Mas ninguém sabia que ele estava armado no meio do tumulto. Eu e meu esposo subimos a rua, eu atravessei para pegar meu filho, de 9 anos, e alguém chamou o Rogério. Quando ele virou de costas, o Ruydcley já veio correndo e deu um tiro nas costas do meu esposo”, detalha Jaqueline.

Com a vítima caída no chão, a mulher conta ainda que o suspeito efetuou mais três disparos a queima-roupa, um no pescoço, outro no rosto e o último no peito. Testemunhas que presenciaram o crime ainda tentaram socorrer a vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital.

“Matou na minha frente, na frente do meu filho, da minha mãe. Foi na frente do filho dele, dos convidados da festa”, lamenta a mulher.

Segundo família, após efetuar os disparos, Ruydcley entrou no carro e deixou o local. Rogério, que trabalhava como promotor de vendas, estava desempregado após ser dispensado de uma empresa onde havia atuado por oito anos. Ele estava trabalhando como motorista de aplicativo e aguardava ser convocado para uma nova oportunidade de emprego.

“Ele já estava com o emprego certo, tinha mandado os documentos todos. Estava só esperando mandarem o papel para o exame admissional. No dia do enterro dele, a mulher ligou chamando ele para ir fazer o exame”, relata a viúva.

O corpo de Rogério Bezerra da Silva foi sepultado na segunda-feira (9), no Cemitério de Nova Iguaçu. Ele deixa a esposa e o filho, de 9 anos.