Jornal Povo

DELEGADO MAURICIO DEMETRIO É DEMITIDO DA POLÍCIA CIVIL DO RIO ACUSADO DE CHEFIAR ESQUEMA DE PROPINA EM PETRÓPOLIS

Delegado Maurício Demétrio, investigado por chefiar um esquema de propina em Petrópolis — Foto: Reprodução

MEDIDA FOI PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DESTA SEGUNDA-FEIRA

Foi publicado, no Diário Oficial desta segunda-feira, o decreto do governador Cláudio Castro com a medida que remove o delegado Mauricio Demetrio Afonso Alves dos quadros da Polícia Civil do Rio. 

O delegado está preso desde junho de 2021, acusado de chefiar a cobrança de propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e foi condenado a mais de nove anos de prisão por cinco crimes.

Demetrio esteve por mais de 20 anos na Polícia Civil do Rio. Ele passou por diversas delegacias, quase todas especializadas — do Meio Ambiente (DPMA), do Consumidor (Decon), de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). Foi nesta última que, segundo o Ministério Público do Estado do Rio, o policial usava a estrutura para negociar e cobrar propina de comerciantes da Rua Teresa.

A sentença que o condenou saiu no início de janeiro passado, em decisão da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio. Em trecho do documento, o juiz Bruno Monteiro Rulière afirma que o desvio de finalidade das operações policiais foram “o ponto central da questão posta em julgamento”. “Aponte-se que os crimes são gravíssimos e foram praticados justamente valendo-se da função pública que exerce e da estrutura que a Polícia Civil lhe confere”. Na sentença, o magistrado determinou que o delegado seja removido do quadro da corporação.

Demetrio foi preso na Operação Carta de Corso, do Ministério Público. No momento da prisão, os agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP apreenderam R$ 240 mil em dinheiro na casa dele, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, além de 13 celulares, três carros de luxo blindados e joias, como relógios de marca famosa.

Com a análise de três dos telefones apreendidos, os promotores do MPRJ descobriram que o policial levava uma vida de luxo, não compatível com sua renda. Demetrio ostentava riqueza, inclusive contratando seguranças particulares para protegê-lo em viagens.

Os promotores descobriram ainda que o policial fazia, com frequência, viagens internacionais com a família em classe executiva pagas em espécie. Fora as hospedagens em hotéis de luxo, aluguel de mansões em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio, e carros de luxo no Brasil e no exterior.