Jornal Povo

MPRJ INVESTIGA: JOGADOR DO FLAMENGO PAGAVA R$70 MIL MENSAIS POR MANSÃO DE BICHEIRO BERNARDO BELLO NA BARRA DA TIJUCA

Pulgar, do Flamengo, e a casa que alugou do bicheiro Bernardo Bello — Foto: Reprodução

EX-MULHER DE CONTRAVENTOR ERA RESPONSÁVEL POR RECEBER O PAGAMENTO DA LOCAÇÃO

Alugada pelo volante do Flamengo Eric Pulgar, a “casa de vidro”, como era chamada a casa do bicheiro Bernado Bello, na Barra da Tijuca, saia por R$70 mil mensais.. O jogador passava o dinheiro, em espécie, para um corretor que servia de intermediário da transação. E posteriormente, ele repassada o valor para a ex-mulher do contraventor, Tamara Harrouche Garcia, o que revela a relação de confiança entre Bello e a filha de Waldemir Paes Garcia, o Maninho, morto em 2014.

O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou Tamara pelo crime de lavagem de dinheiro. O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do MPRJ (GAECO/MPRJ) denunciou à Justiça Tamara Harrouche Garcia pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, Tamara dissimulou a movimentação de valores provenientes dos aluguéis da casa da Barra da Tijuca, adquirida por meio de dinheiro oriundo do jogo do bicho, máquinas caça-níqueis e outros tipos de crime, inclusive homicídios. Como Bernardo Bello continua foragido desde novembro de 2022, por conta da Operação Fim da Linha, do Gaeco, coube à Tamara ajudá-lo na tarefa de arrecadar o dinheiro dos aluguéis.

O bicheiro Bernardo Bello em entrevista ao documentário “Vale o escrito” — Foto: Reprodução

PAGAMENTO EM DINHEIRO VIVO

De acordo com a denúncia, o imóvel está sequestrado judicialmente, justamente por ter sido comprado com recursos provenientes de atividades criminosas. Mesmo com a restrição judicial, Bello e Tamara alugaram a casa da Barra da Tijuca, o que era proibido legalmente. Segundo a denúncia, além dos pagamentos dos aluguéis serem feitos em dinheiro vivo, Tamara e o corretor se encontravam em locais públicos. A ex-mulher do bicheiro justificou, em depoimento ao Gaeco, que pediu o valor em espécie porque suas contas bancárias estavam bloqueadas devido aos processos de inventário.

Apesar de o contrato de locação prever o depósito em conta bancária, Tamara exigia o pagamento em espécie. A casa foi alugada para Pulgar entre setembro de 2023 e março de 2024. Atualmente, ele não se encontra mais na “casa de vidro”. E além dos pagamentos dos aluguéis serem feitos em dinheiro vivo, Tamara e o corretor se encontravam em locais públicos, nada de locais com monitoramento.

Em depoimento ao Gaeco, a ex-mulher do bicheiro justificou que pediu o valor em espécie porque suas contas bancárias estavam bloqueadas devido aos processos de inventário. A pedido do GAECO/MPRJ, o Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Crime Organizado determinou que Tamara compareça quinzenalmente em Juízo. Ela também está proibida de sair do Rio por mais de 15 dias sem autorização judicial e de ter contato com testemunhas do processo.