Jornal Povo

GRUPO DE ALEMÃES SÃO INVESTIGADOS PELA POLÍCIA CIVIL ACUSADOS DE ALICIAR MENINAS PARA EXPLORAÇÃO SEXUAL NA CIDADE DE DEUS

Frank Altmann, de 60 anos, é preso por suspeita de aliciar menores — Foto: Reprodução/TV Globo

GRUPO PRATICAVA EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL E PRODUZIA CONTEÚDO DE ABUSO SEXUAL E ESTUPRO

Foram identificados pela Polícia Civil, três alemães como autores de crimes de exploração sexual infantil, produção de conteúdo de abuso sexual e estupro de vulnerável na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. Um deles foi preso na terça-feira, em ação conjunta da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) com a Agência Federal de Investigação Alemã em Berlim, Alemanha.

O alemão preso em Berlim foi identificado como Frank Altmann, de 60 anos. Segundo a Polícia Civil, ele aliciou pelo menos 20 meninas, com idades entre 12 e 15 anos, da Cidade de Deus.

Ele voltava de uma viagem à Suíça quando foi preso. Altmann era investigado desde janeiro, com outros dois alemães. Na tarde de terça, a justiça alemã soltou o fotógrafo na audiência de custódia. A justificativa da corte do país europeu alegou que as supostas vítimas já tinham 14 anos, portanto, eram legalmente jovens e não mais crianças

A investigação teria começado por uma denúncia anônima recebida em fevereiro. A Polícia Civil havia prendido em flagrante o segundo dos três envolvidos: o jornalista alemão Rainer Adolph, de 71 anos, em Curicica, Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Rainer Adolph está preso em Bangu, também Zona Oeste.

“Esse alemão, Rainer fazia base na Cidade de Deus e trazia outros alemães e promovia festas dentro da comunidade para a prática de atividade sexual com menores. Eles não só cooptavam menores adolescentes para a prática de programa, atos sexuais dentro da Cidade de Deus, como produziam conteúdo de forma clandestina. Eles filmavam toda prática sexual de forma que as meninas não viam, não sabiam que estavam sendo filmadas, e eles vendiam esses conteúdos para Europa”, explicou a delegada Isabelle Conti ao RJTV.

Ainda segundo a apuração, o terceiro investigado no caso não chegou a ser preso. Jan Juri Reetz teria sido morto a facadas na Alemanha e o caso aconteceu em agosto deste ano. Ele foi morto pela própria namorada, que o esfaqueou após encontrar vídeos dele com a filha dela.

“O Brasil era escolhido como país destino por conta do baixo custo que isso representava para os estrangeiros. Não só o baixo custo do programa realizado pelo pagamento, mas também pela desvalorização da moeda. Havia essa facilidade, era mais barato custear essa prática de forma reiterada vindo para o Brasil”, afirma a delegada.

Conforme a investigação, a partir de 2022, o fotógrafo alemão se envolveu em pelo menos um estupro de vulnerável com uma menina de 13 anos e, com os outros dois acusados, também é investigado por favorecimento à prostituição, comercialização de conteúdo de abusos e associação criminosa no Brasil.

“Conseguimos perceber que esses alemães tinham predileção por adolescentes. Identificamos adolescentes desde 12 anos, com idades de 13, 14 e 15 anos. Eram sempre adolescentes”, completou Isabelle Conti.