CABOS FURTADOS ERAM RESPONSÁVEIS POR ALIMENTAR PONTOS ESTRATÉGICOS E ESSENCIAIS DA CIDADE COMO O TRIBUNAL DE JUSTIÇA E HOSPITAIS
Na madrugada desta quarta-feira, seis suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em furto de cabos subterrâneos foram presos em flagrante, no Centro Rio, por policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD). Entre eles havia um policial militar. Para não levantar suspeitas, parte dos acusados usavam uniformes falsos da Light.
A ação do bando era investigada pela DDSD há alguns meses. Além dos uniformes, o grupo se deslocava em veículos com logomarcas da Light e também apresentavam ordens de serviço fraudulentas.
De acordo com a DDSD, o PM envolvido com o grupo criminoso atuava como segurança enquanto os furtos eram cometidos. Os investigadores afirmam que a presença do policial nos crimes era fundamental, pois garantia a falsa aparência de legitimidade das ações da quadrilha. Outro integrante do grupo já estava respondendo em liberdade também por furto de cabos.
No momento da abordagem, feita na Avenida Nilo Peçanha, um dos integrantes foi flagrado quando saía de um bueiro carregando cabos que haviam sido furtados instantes antes. Nos veículos utilizados pela quadrilha, os policiais encontraram 800 quilos de cabos de cobre e materiais de uso exclusivo da Light.
Segundo informações da concessionária passadas para a polícia, os cabos furtados eram responsáveis por alimentar pontos estratégicos e essenciais da cidade, como o Tribunal de Justiça e hospitais.
Os seis presos foram autuados por furto qualificado e associação criminosa. As investigações continuam para identificar possíveis compradores do material furtado, além de outros envolvidos com a quadrilha.
Sobre o PM preso, a Polícia Militar informou que ele foi conduzido à Unidade Prisional da corporação. Segundo nota, “o agente será submetido a Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) já instaurado pela Corregedoria Geral da Corporação, que pode resultar na exclusão do policial”.
O QUE DIZ A LIGHT
Em nota, a Light informou que “colaborou ativamente com as autoridades para que uma quadrilha formada por seis indivíduos, que utilizavam uniformes da empresa de forma ilícita, fosse identificada e presa”. A concessionária afirmou repudiar veementemente qualquer ato de violência ou desvio de conduta e reafirma seu compromisso com um rígido Código de Ética, que se aplica a todos os seus profissionais e às equipes das empresas terceirizadas parceiras.
“A empresa segue comprometida em zelar pela segurança da população e de seus colaboradores, atuando de forma ética e transparente em todas as suas operações”, finaliza o informe.
Segundo a Light, de janeiro a novembro de 2024 foram registrados 317 casos de furto de cabos, resultando em um prejuízo superior a R$7 milhões e na perda de cerca de 45 mil metros de fiação. Em 2023, foram contabilizadas 373 ocorrências, o que gerou um custo de quase R$4 milhões para a recomposição da rede elétrica.