Jornal Povo

BRASILEIRO PRESO NA GUINÉ-BISSAU É CONDENADO A 17 ANOS DE PRISÃO POR ESTAR EM AVIÃO COM 2,6 TONELADAS DE COCAÍNA

Droga apreendida em avião na Guiné-Bissau, 7 setembro 2024 — Foto: Reprodução/Polícia Judiciária

CASO ACONTECEU EM SETEMBRO DO ANO PASSADO

Nesta segunda-feira, a Justiça de Guiné Bissau condenou a 17 anos de prisão, cinco estrangeiros que aterrissaram no país em setembro com 2,6 toneladas de cocaína a bordo de um avião. Entre os condenados, todos latino-americanos, há um brasileiro.

Os cincos homens estavam em prisão preventiva desde 7 de setembro. Eles foram condenados pelo crime de “tráfico de substâncias estupefacientes agravado” e “utilização ilícita de aeronaves”. Segundo a agência Lusa, o advogado Alcides Martins, que representa o brasileiro, que não teve a identidade divulgada, afirmou que o cliente sofre de graves problemas no coração.

Brasileiro está entre presos na Guiné Bissau com 2,6 toneladas de cocaína — Foto: Reprodução/Polícia Judiciária

OS CINCO DEVERÃO RECORRER DA DECISÃO DO TRIBUNAL REGIONAL DE BISSAU

Os condenados afirmaram, em depoimentos prestados nos dois dias de julgamento, que a aeronave partiu do México e não da Venezuela, como havia sido informado inicialmente pelas autoridades da Guiné Bissau. Segundo eles, o avião teria como destino original o Mali, mas precisou pousar no país por falta de combustível.

O avião pousou no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, quando foi abordado pelas autoridades, que encontraram o carregamento distribuído em 78 fardos no interior do Gulfstream IV. “Soubemos que a aeronave vinha para Bissau, mas à última hora disseram-nos que o aparelho desviou a rota para Bamaco (Mali). Surpreendentemente, a aeronave acabou por aterrar no nosso aeroporto”, disse o inspetor Correia Quitole, segundo a Agência Lusa.

A ação que levou à prisão do grupo contou com cooperação Administração de Repressão às Drogas (DEA), dos Estados Unidos, e o Centro de Análise e Operações Marítimas, da União Europeia.

Nos últimos anos, a África Ocidental vem se tornando uma escala para o tráfico de drogas vindo da América do Sul. Como forma de fugir da fiscalização, países como Senegal, Serra Leoa e Guiné-Bissau servem de parada para facções brasileiras realizarem o transbordo da droga, que segue para países europeus.