Uma perícia feita pelo Exército no local onde o músico Evaldo Rosa e o catador Luciano Macedo foram mortos, em abril, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, deixa claro o rastro de destruição deixado pelos militares que respondem pelos homicídios.
A perícia encontrou uma marca de tiro na fachada de um bar, que fica a poucos metros do local onde o carro de Evaldo parou. Já no depósito do bar, uma estrutura metálica logo ao lado, os peritos acharam oito marcas de tiros que entraram pela frente. Um dos disparos transfixou a estrutura e saiu pelos fundos.
A fachada de uma oficina mecânica — localizada no térreo do prédio ao lado do local dos crimes — também foi alvo de seis disparos, que vieram de fora para dentro. Num portão azul metálico ao lado da oficina, havia três marcas de tiro. Em três carros estacionados na frente do prédio, os peritos fotografaram um total de nove perfurações.
Ao todo, os 12 militares fizeram 257 disparos de fuzil e pistola na tarde do último dia 7 de abril. O carro do músico foi perfurado por 62 tiros. O tenente Ítalo Romualdo, que comandava a tropa, foi responsável pela maior quantidade de disparos, 77. Os militares alegam que não queriam acertar Evaldo, mas que reagiram a um assalto e que viram Luciano armado. Hoje, os 12 réus falam pela primeira vez à Justiça Militar.