Jornal Povo

PM do RJ se compromete a garantir livre manifestação nos estádios

A Secretaria de Polícia Militar do Rio de Janeiro se comprometeu a garantir a livre manifestação em estádios fluminenses. A promessa foi feita após a corporação ser questionada pela Defensoria Pública (DPRJ) sobre a apreensão de uma faixa durante jogo entre o Botafogo e o Ceará, no início do mês.

Em resposta ao Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ, o comandante eventual do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe), major Hilmar Faulhaber Neto, afirmou em ofício que “se compromete a orientar seus comandados para que seja garantida a livre manifestação, inclusive com faixas de cunho político desde que pacíficas e não discriminatórias”.

No dia 8 de dezembro, durante partida entre os times no Estádio Nilton Santos, PMs apreenderam uma faixa com os dizeres “Botafogo antifascismo”. Imagens divulgadas na internet mostraram que a torcedora que carregava a faixa teve os documentos fotografados pelos policiais.

O Bepe também diz que é atribuição do batalhão “o controle da entrada de materiais pertencentes às torcidas organizadas nas diversas praças desportivas”, e que, após o ocorrido, foi agendada uma reunião para janeiro de 2020 com as torcidas antifascistas.

Segundo esclarecimento do comandante, o encontro irá “ajustar os procedimentos para a obtenção de autorização de entrada de materiais nos estádios de futebol, a exemplo do que já é praticado com todas as demais torcidas”. Faulhaber Neto também alegou que a apreensão da faixa não teve motivação política.

“Torna-se importante destacar que a providência adotada pelos policiais no dia do fato não teve qualquer cunho político, mas sim preventivo, tendo em vista que manifestações políticas anteriores já deflagraram alguns princípios de tumulto devido ao antagonismo político existente entre os frequentadores dos estádios, ocasiões em que foi necessária uma rápida intervenção policial para acalmar os ânimos”, escreveu o major.

Na manifestação enviada à PM, além de pedir esclarecimentos, a DPRJ também recomendou que tal fato não se repetisse.