Jornal Povo

Executivo da prefeitura do Rio morre de pneumonia provocada por Covid-19

A prefeitura do Rio registrou uma morte em seu alto escalão provocada por Covid-19. O presidente da Rio Luz, Max Kelli Motta, de 41 anos, morreu neste sábado no Hospital São Lucas (Copacabana) onde estava internado desde a quinta-feira. Apesar de ocupar um cargo de indicação política, Max Kelli era considerado uma pessoa de perfil extremamente técnico. O funcionário era auditor do Tribunal de Contas do Município (TCM) e estava cedido para a prefeitura.

Bastante abalada, Amanda, viúva do executivo, contou que o marido começou a apresentar sintomas do novo coronavírus na semana retrasada:

— Ele alternava dias de trabalho em casa e na Rio Luz. Há quase 15 dias começou a apresentar sintomas da doença. Procurou o hospital e foi liberado. Na quinta-feira, a saúde dele se agravou. O resultado do exame saiu no sábado, horas antes da morte — contou Amanda.

Uma das últimas tarefas de Max Motta era preparar a Rio Luz para uma transição no processo de manutenção da iluminação pública da cidade. No ano passado, a prefeitura fez uma concessão de uma parceria público provada para modernizar a rede da cidade. A PPP acabou na Justiça e o processo de transição ainda está em andamento.

O ex-secretário de Conservação da prefeitura, Roberto Nascimento, contou que Max Kelli era conhecido pela experiência em gestão financeira de contratos públicos, tendo sido chefe de gabiente da Rio Luz antes de assumir a presidência no ano passado.

— A gente o considerava um profissional extremamente sério e dedicado. Nas reuniões que participamos juntos, ele se mostrava sempre tranquilo, pronto para ajudar os colegas — contou Roberto.

O ex-secretário também postou uma mensagem de adeus ao colega nas redes sociais:

”Mais um amigo de trabalho indo em consequência dessa pandemia! Trabalhamos um tempo juntos ! Querido e competente amigo Max! Que Deus conforte seus familiares. Um grande profissional de carreira que estava na Prefeitura do Rj e era Presidente da Empresa de Iluminação do RJ – Rio Luz! Se cuidem amigos! Meus sentimentos aos seus familiares!”, escreveu Roberto.

Segundo a viúva, Max Kelli não participava das reuniões de trabalho do grupo de crise que o prefeito Marcelo Crivella montou no Riocentro. Depois desses encontros, parte do alto escalão da prefeitura contraiu Covid -19, incluindo a secretária municipal de Saúde, Ana Beatriz Busch. Também se infectaram a coordenadora de Epidemiologia, Patricia Guttmann; Adolfo Konder, secretário de Cultura; Tia Ju, titular da pasta de Assisência Social; Jorge Darze, subsecretário de Saúde; e o secretário de Pessoa com Deficiência e Tecnologia, Marcos Sam.

Recém desligado do comando da subsecretaria de Eventos da prefeitura, o vereador Felipe Michel (PP) também testou positivo para a Covid-19, mas não participou dos grupos de trabalho no Riocentro.

Há oito dias, um integrante do segundo escalão da Secretaria Municipal de Transportes, que atuava para reprimir aglomerações no sistema público de transportes, também morreu vítima da doença. O gerente de licenciamento e fiscalização da Secretaria Municipal de Transportes, Ademir Abrantes Júnior, de 43 anos, morreu em um hospital particular na Freguesia (Jacarepaguá), onde estava internado desde o último dia 5 em tratamento por complicações pela Covid-19.

Responsável por coordenar toda a fiscalização de ônibus, táxis e vans da cidade, Ademir pode ter se contaminado em uma das primeiras operações realizadas em março pela prefeitura do Rio para tentar conter as aglomerações no transporte público. A suspeita parte de colegas de Ademir. Auxiliar de transportes urbanos, ele teve um choque séptico pela manhã. A causa da morte foi divulgada pelo sindicato dos fiscais e auxiliares de fiscais de transportes urbanos da prefeitura (Sinfaturb).

Fonte: Jornal Extra