RIO — A Volkswagen do Brasil vai suspender a produção em todas as suas fábricas no país por 12 dias corridos. A decisão foi tomada, segundo a empresa, por causa do agravamento da pandemia, com alta do número de casos e mortes por Covid-19, e pelo aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados brasileiros.
Esta é a segunda vez que a empresa para no Brasil por causa da pandemia. No ano passado, a companhia também paralisou as atividades em suas fábricas entre março e abril para evitar a contaminação do coronavírus entre seus funcionários.
A partir de quarta-feira (24), as atividades de produção das fábricas da Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP), São Carlos (SP) e São José dos Pinhais (PR) estarão suspensas até o dia 4 de abril.
A medida atinge cerca de 15 mil empregados relacionados às áreas de produção. Os empregados da área administrativa trabalharão remotamente. Segundo a empresa, a medida foi tomada em conjunto com os sindicatos locais.
A Volkswagen não revelou quantos carros deixarão de ser produzidos ou o impacto financeiro da pausa, segundo eles, por questões estratégicas. Mas disse que não há impacto no pagamento dos empregados, e que os dias parados serão compensados futuramente.
“A empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares. Nas fábricas, só serão mantidas atividades essenciais”, disse a montadora em nota.
Falta de insumos no setor
O setor de automóveis foi um dos que teve melhor desempenho ao longo de 2020, impulsionado pelos juros mais baixos e facilidade de crédito, mesmo com a crise causada pela pandemia.
No entanto, com esta alta demanda e estoques menores, agora o setor sofrendo com falta de insumos.
Isso tem levado o mercado automotivo brasileiro a paralisar ou interromper a produção de veículos no país, o que pode ter como efeito a alta nos preços de veículos, segundo analistas do setor.
A situação, segundo estimativa da Renault, deve piorar no segundo trimestre, já que o restabelecimento do suprimento é previsto para depois de junho.
Honda e General Motors anunciaram no final de fevereiro a parada da linha de montagem e férias coletivas a funcionários da produção de veículos, respectivamente.
A Volvo não suspendeu a produção de suas fábricas, mas diz que também precisou fazer paradas eventuais.
O problema para o setor não é apenas a falta da matéria-prima. Com a escassez, os preços ficam mais alto. O preço do aço, por exemplo, material básico para a fabricação de veículos, subiu mais de 15% nos dois primeiros meses do ano e mais de 45% nos últimos 12 meses.
Fonte: O Globo