Jornal Povo

Governo recua e mantém isenção para compras internacionais entre pessoas físicas até US$ 50, diz Haddad

Ministro da Fazenda afirmou que presidente Lula pediu recuo e reforço na fiscalização para coibir irregularidades. Medida tinha sido anunciada pela pasta e pela Receita Federal na última terça-feira (11).

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad — Foto: Reprodução

Resumo

  • Equipe econômica do governo havia anunciado proposta sobre fim da isenção em transações internacionais entre pessoas físicas de até US$ 50.
  • Após forte reação contrária à medida, Lula pediu recuo e uma saída administrativa, com reforço na fiscalização.
  • Nesta terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo não deve mais acabar com a isenção.
  • Por outro lado, o governo quer buscar formas de taxar empresas que atualmente driblam as regras da Receita Federal e deixam de pagar imposto.
  • Estimativa do governo com arrecadação de empresas que hoje sonegam impostos no comércio eletrônico é de até R$ 8 bilhões.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (18) que o governo não pretende mais acabar com a regra que isenta transações internacionais avaliadas em até US$ 50 e feitas entre pessoas físicas. A intenção de taxar esse comércio tinha sido anunciada pelo Ministério da Fazenda e pela Receita Federal, na última terça (11).

Em conversa com jornalistas, Haddad ressaltou que a isenção é apenas para pessoas físicas, e que o governo vai buscar formas para aumentar a fiscalização e taxar empresas que, atualmente, burlam regras para receber o benefício de forma irregular (leia mais abaixo).

Segundo o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu o recuo, após forte reação contrária à medida. Haddad disse que o petista solicitou à equipe econômica que busque resolver a questão administrativamente, com reforço na fiscalização.

“O presidente nos pediu ontem pra tentar resolver isso do ponto de vista administrativo. Ou seja, coibir o contrabando. Nós sabemos aí que tem uma empresa que pratica essa concorrência desleal, prejudicando todas as demais empresas, tanto do comércio eletrônico quanto das lojas que estão abertas aí, sofrendo a concorrência desleal dessa empresa”, disse o ministro da Fazenda.

Segundo Haddad, o presidente pediu para “usar o poder de fiscalização da Receita Federal sem a necessidade de mudar a regra atual, porque estava gerando confusão de que isso poderia prejudicar as pessoas que, de boa-fé, recebem encomendas do exterior até esse patamar, que é uma regra antiga”.

Uma das medidas previstas na proposta de nova regra fiscal, que deve substituir o texto de gastos públicos atualmente em vigor, é a taxação de e-commerces que driblam as regras da Receita Federal. A previsão é arrecadar de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões.