Jornal Povo

Suspeito de ser chefe da milícia de Pedra de Guaratiba é baleado em ação da Polícia Civil

Suspeito de ser chefe da milícia de Pedra de Guaratiba é baleado em ação da Polícia Civil — Foto: Reprodução
Suspeito de ser chefe da milícia de Pedra de Guaratiba é baleado em ação da Polícia Civil — Foto: Reprodução

Uma operação da Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (26) terminou com o chefe da milícia que atua em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, baleado. O criminoso Marcelo de Luna Silva, de 34 anos, é conhecido como Bokinha e seria um dos homens de confiança de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia que atua no Rio de Janeiro.

Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco) entraram em confronto com Bokinha e mais um miliciano que seria seu segurança. Os dois foram baleados.

Bokinha foi socorrido para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, onde está internado. A unidade de saúde informou que o estado de saúde do paciente é estável.

Marcelo de Luna Silva, de 34 anos, é conhecido como Bokinha e seria um dos homens de confiança de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. — Foto: Reprodução
Marcelo de Luna Silva, de 34 anos, é conhecido como Bokinha e seria um dos homens de confiança de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. — Foto: Reprodução

Terror na Zona Oeste

Na última segunda-feira (23), a morte de Matheus Rezende, o Faustão, sobrinho de Zinho, provocou uma série de ataques na Zona Oeste. Ao todo, 35 ônibus e 1 trem foram queimados. Segundo a Rio ônibus, a última segunda foi o dia com mais coletivos incendiados na história da cidade.

Com o recorde de ônibus incendiados em um dia, o prejuízo financeiro, só com os veículos, ultrapassou os R$ 35 milhões.

Os milicianos que ordenaram os ataques na Zona Oeste do Rio ofereceram R$ 500 por cada ônibus incendiado. A orientação era que a ação fosse filmada para que a quantia fosse paga.

O ataque teria como objetivo garantir a fuga de Zinho, que estaria no mesmo local onde o sobrinho foi morto, na comunidade Três Pontes, também na Zona Oeste. A polícia ouviu em um rádio apreendido um alerta para que o “Zero” fosse protegido. “Zero” é como Zinho é chamado internamente pelo bando.

Histórico da milícia de Zinho

Atualmente comandada por Zinho, a maior milícia da Zona Oeste é resultado de uma forte política expansionista que teve início quando a família Braga assumiu o comando da Liga da Justiça e refundou o grupo paramilitar.

A Liga da Justiça surgiu em Campo Grande, na Zona Oeste, no final dos anos 1990. A milícia — fundada pelos agentes da Polícia Civil Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, ex-vereador do Rio assassinado a tiros em 2022, e o ex-deputado Natalino José Guimarães —, começou atuando de forma concentrada, com foco na exploração de transporte clandestino e intermediações de ocupações urbanas.

Jerominho foi preso em 2007, e Natalino, em 2008, quando a chefia da Liga da Justiça era compartilhada com outros três criminosos — Ricardo Teixeira Cruz, o Batman, preso em 2009; Toni Ângelo de Souza Aguiar, preso em 2013, e Marcos José de Lima, o Gão, preso em 2014. Todos eram policiais militares.

Com as prisões, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, ex-traficante que ganhou prestígio entre os integrantes do grupo paramilitar, assumiu o comando da nova milícia.

Tratava-se da primeira mudança significativa verificada no grupo: pela primeira vez, a liderança não era envolvida diretamente com a estrutura policial.

Segundo os investigadores, Carlinhos Três Pontes foi quem iniciou o processo de expansão da atuação da milícia no estado e intensificou a parceria com o tráfico de drogas.

Ao contrário da Liga da Justiça, que se concentrava em pequenos bairros da Zona Oeste, a Firma, de Três Pontes, se expandiu para a Baixada Fluminense, Itaguaí e Seropédica, cidades da Região Metropolitana do RJ, entre 2014 e 2017.

No entanto, Carlinhos Três Pontes foi morto em 2017 durante uma operação policial contra a milícia. A chefia do grupo passou então para as mãos de Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos irmãos. O grupo foi rebatizado de Bonde do Ecko.

Jerominho, Ecko, Tandera e Zinho, figuras centrais na história da milícia e do crime organizado no RJ — Foto: Reprodução
Jerominho, Ecko, Tandera e Zinho, figuras centrais na história da milícia e do crime organizado no RJ — Foto: Reprodução

Com mão de ferro, Wellington Braga comandou o grupo paramilitar entre 2017 e 2021 e expandiu seu domínio para diversos bairros e municípios do RJ — novamente em oposição ao tráfico.

No entanto, em junho de 2021, Ecko também morreu em decorrência de uma operação policial para prendê-lo. A maior milícia do RJ passou então a ser comandada por outro integrante da família: Zinho, irmão de Ecko e Três Pontes. Ele continua foragido apesar da operação desta segunda (23).

Entretanto, com a morte de Ecko, o Bonde rachou e houve uma intensa disputa por territórios entre os bandos de Zinho e de Danilo Dias Lima, o Tandera, ex-braço direito de Ecko. Com a rivalidade, houve uma escalada da violência nas ações da milícia em todo o estado.

Attention Required! | Cloudflare

Sorry, you have been blocked

You are unable to access jornalpovo.com.br

Why have I been blocked?

This website is using a security service to protect itself from online attacks. The action you just performed triggered the security solution. There are several actions that could trigger this block including submitting a certain word or phrase, a SQL command or malformed data.

What can I do to resolve this?

You can email the site owner to let them know you were blocked. Please include what you were doing when this page came up and the Cloudflare Ray ID found at the bottom of this page.