Jornal Povo

Lula afirma que Brasil tem eterna dívida com a educação

O presidente disse que os filhos “das pessoas mais humildes têm que ter o direito de se formar naquilo que eles quiserem”

Lula participou do evento que marca o início dos pagamentos do Programa Pé-de-Meia
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta segunda-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil tem uma eterna dívida com a educação e demorou a avançar em políticas na área. Ele esteve no Palácio do Planalto no evento inaugural dos pagamentos do Pé-de-Meia, do Ministério da Educação (MEC), uma espécie de poupança para alunos de baixa renda do ensino médio.

O programa visa assegurar a permanência e a conclusão escolar de pessoas matriculadas no ensino médio de escolas públicas. O evento teve a participação de alunos de todas as regiões do país. Lula pediu a eles que nunca desistam, “porque a desistência pode ser um caminho sem volta”.

“Um jovem que desiste de ir na escola porque tem que ajudar o pai, tem que ajudar no orçamento da família, tem que ajudar a mãe, ou seja, esse jovem está jogando fora a perspectiva de um futuro brilhante, de um futuro promissor, de fazer uma carreira numa universidade, virar uma figura intelectualmente importante, profissionalmente importante”, afirmou o presidente.
O governo federal quer reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, por meio do incentivo à permanência escolar. Além disso, busca promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.
“Eu digo sempre, as pessoas muitas vezes não gostam de ouvir, de que a elite econômica e política que dirigiu esse país durante 500 anos nunca gostou que o povo brasileiro estudasse. Porque o filho de rico ia estudar lá fora, na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Espanha, na Alemanha, e o filho do pobre ficava aqui, porque o lema era que filho do pobre tinha que trabalhar, trabalhar e trabalhar”, acrescentou Lula.
Nenhum estudante precisa se cadastrar para receber o Pé-de-Meia, basta estar regularmente matriculado no ensino médio das redes públicas, ter entre 14 e 24 anos e ser integrante de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal. Nesse início, terão prioridade os beneficiários do Programa Bolsa Família.