Sem VAR, jogo tem lances controversos, nervosismo e alternância de domínio. Endrick marca seu segundo gol pela seleção
Dizer que um “amistoso não tem cara de amistoso” é quase um clichê, mas também foi a realidade de um confronto movimentado, nervoso e controverso entre Espanha e Brasil, nesta terça-feira, no Santiago Bernabéu, em Madri. Em jogo eletrizante, de alternância de domínio dos dois lados e três pênaltis marcados, o empate em 3 a 3 fez justiça ao que se viu no gramado do Real Madrid.
Paquetá fechou o placar cobrando pênalti (Carvajal puxou com as mãos o pé de Galeno) já nos acréscimos. Minutos antes, Rodri havia feito o terceiro da Espanha , uma marcação discutível em disputa com Beraldo na área. O primeiro gol da Fúria, ainda na primeira etapa, quando o time de Luis de La Fuente dominava, saiu em outra penalidade. O jogo não teve a presença de VAR.
Ainda no primeiro tempo, os espanhóis fizeram 2 a 0, mas viram Rodrygo diminuir. Na segunda etapa, Endrick empatou.
Pressão da Espanha
Com um sistema de pressão e marcação muito eficiente, a Espanha isolou o Brasil dentro do próprio campo por mais de 20 minutos. Pressionado por linhas altas, o time de Dorival Júnior teve muita dificuldade em reter a posse de bola e construir a partir da defesa.
Nas poucas oportunidades que teve, pecava na ansiedade, nos lançamentos forçados da defesa para o ataque e nos passes errados. Na única chanche criada pela seleção, Rodrygo driblou três marcadores pela esquerda e deixou com Vini Jr., que acabou chutando em cima de Unai Simón. Em meio às dificuldades do Brasil, a Espanha construía o domínio. Foram várias as boas jogadas do jovem Lamine Yamal pela direita e da dobradinha Cucurella e Nico Williams pela esquerda.
O próprio Yamal garantiu o pênalti, convertido por Rodri, que abriu o placar. Partiu para cima de João Gomes e acabou caindo antes do contato, numa marcação controversa que não pôde ser cchecada pela ausência do VAR. Pelo mesmo lado saiu o golaço da Espanha, com Dani Olmo. O habilidoso meia, jogando mais à frente, aplicou uma caneta em João Gomes, tirou Bruno Guimarães da jogada e bateu firme.
O Brasil devolveu no fim da primeira etapa, também em golaço, de Rodrygo. O camisa 10 encobriu lindamente Unai Simón ao receber saída errada do próprio goleiro em seus pés. A Espanha ainda chegou perto de ampliar em chutaço de Rodri, espalmado por Bento.
Mudanças equilibram jogo
Na segunda etapa, entraram Yan Couto, André, Andreas Pereira e Endrick já no intervalo. As mudanças de Dorival surtiram efeito e o a seleção passou a ter mais equilíbrio e melhor posicionamento e tomada de decisão, em especial no meio e no ataque.
No segundo jogo depois de marcar pela primeira vez com a Amarelinha, sobre a Inglaterra, brilhou novamente a estrela de Endrick, que logo no início da segunda etapa, emendou chute da entrada da área após bola afastada por Laporte para empatar o jogo.
O Brasil chegou a ensaiar uma pressão pela virada, quase obtida em grande jogada de Rodrygo. Mas a segunda etapa foi mais cadenciada, de troca de ataques mais calculadas entre as duas equipes. Até a marcação do segundo pênalti para os espanhóis, que deu origem ao terceiro gol.