Jornal Povo

Policial civil e advogado são presos suspeitos de passar informações privilegiadas à milícia de Zinho

Uma força-tarefa da Polícia Civil do RJ e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu nesta terça-feira (7), na Operação Leaks, 1 policial civil e 1 advogado por suspeita de ajudar a milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Segundo as investigações, a dupla passava informações sigilosas para os paramilitares.

O advogado Victor Almeida Martins foi preso em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, e o policial civil Kaio Portelo Porto, na Tijuca, na Zona Norte. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa da Capital. Os agentes também realizaram buscas em endereços residenciais e em um escritório de advocacia.

Segundo a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), Kaio, a mando de Victor, acessou pelo menos 19 vezes o banco de dados da Polícia Civil a fim de saber se comparsas de Zinho eram alvo de alguma investigação.

“As investigações conduzidas pela Draco comprovaram que Kaio fez uma verdadeira devassa nos sistemas da Polícia Civil, com a finalidade de repassar informação sigilosa e de alto valor a milicianos”, afirmou o delegado João Valentim.

“Essa parceria criminosa do advogado e do policial civil atrapalhou inúmeras investigações. Ainda há um relato de que esse advogado participou de reuniões com a milícia com a finalidade de tramar a morte de uma autoridade policial”, prosseguiu.

“Esse advogado não exerce a advocacia, ele integra uma organização criminosa ao lado desse policial civil”, declarou.

O advogado Victor Almeida Martins foi preso em Jacarepaguá — Foto: Reprodução/TV Globo
O advogado Victor Almeida Martins foi preso em Jacarepaguá — Foto: Reprodução

Diferentes delegacias

A Draco e o Gaeco afirmam que os crimes ocorreram de setembro de 2020 a julho de 2022. Nesse período, Kaio passou pela 19ª DP (Tijuca), Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), 22ª DP (Penha) e pela Delegacia Especializada de Polícia Fazendária (Delfaz). Atualmente, o policial serve na Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).

Kaio e Victor foram indiciados e denunciados por violação de sigilo funcional e milícia privada.

O advogado Victor Almeida Martins e o policial civil Kaio Portelo Porto — Foto: Reprodução/TV Globo
O advogado Victor Almeida Martins e o policial civil Kaio Portelo Porto — Foto: Reprodução