Jornal Povo

Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal:

Especialista fala sobre tratamento
Doença não tem cura, mas cuidados freiam sua evolução

No dia 19 de maio, é comemorado o Dia da Doença Inflamatória Intestinal, data importante para conscientizar a sociedade sobre esta condição que afeta cerca de 10 milhões de pessoas no mundo, segundo o Ministério da Saúde.

Infelizmente, não há uma cura para o problema, mas os tratamentos melhoram a vida do paciente. A clínica geral e especialista em tratamento preventivo, Márcia Umbelino, explica que as doenças inflamatórias intestinais surgem por uma reação inadequada e agressiva do sistema imunológico às bactérias naturais do intestino. Ou seja, o organismo ataca a parede de tecido do intestino provocando feridas. “Com o decorrer do tempo, sem tratamento, ela pode desencadear problemas graves como um câncer no intestino”, destaca a médica.

Existem diferentes tipos de doenças inflamatórias intestinais, porém as principais são a doença de Crohn, que é uma inflamação intestinal que atinge todo o sistema digestivo, desde a boca até o ânus. E a retocolite ulcerativa que pode atingir o intestino grosso como um todo ou em partes. “As doenças causam diferentes consequências, mas têm sintomas em comum, explica a especialista.
Desconforto abdominal; sensação de barriga estufada; dor; cólicas; alternância entre períodos de diarreia e de prisão de ventre; flatulência (gases) exagerada; sensação de esvaziamento incompleto do intestino; queimação, são alguns dos sinais da doença. “Esses sintomas se agravam na ingestão de alimentos e bebidas que contenham cafeína, álcool e muita gordura”, pontua Marcia Umbelino.

A doença geralmente, manifesta-se entre os 14 e 24 anos, e pode ter diversas causas, como:
Contrações exageradas que ocorrem depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em resposta ao estresse;
Hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal devido à falta de oxigênio, distensão abdominal, aumento de conteúdo fecal, infecção e alterações psicológicas;
Níveis elevados de neurotransmissores (como a serotonina, por exemplo) no sangue e no intestino grosso;
Infecções e processos inflamatórios;
Depressão e ansiedade.
Predisposição do organismo a ter inflamações

O paciente com sintomas ou diagnóstico precisa realizar tratamentos que diminuam essa inflamação. “A soroterapia é uma alternativa por ser uma técnica que coloca substâncias antiinflamatórias, de forma endovenosa, que portanto são absorvidas de maneira mais rápida e eficaz pelo organismo”, indica a médica. “O uso da canabinoide também pode ser uma alternativa, pois o corpo possui receptores para a substância praticamente no corpo todo. Um desses lugares é o intestino”.
Pesquisas indicam que o medicamento diminui consideravelmente os sintomas, além de possuir características antiinflamatórias. O paciente também deve manter uma boa alimentação, para reduzir sintomas e controlar os danos da doença.